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Governo revê regras para uso da força na guarda de material militar

O Governo está a rever as regras aplicadas aos militares responsáveis pela guarda de material de guerra, ponderando o uso de "força letal", por considerar que as limitações actuais "podem ser excessivas", disse o ministro da Defesa.

O roubo de material militar dos paióis de Tancos, a 18 de Junho, foi um dos casos que abalaram o Governo. A oposição reclamou a demissão do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, mas António Costa segurou-o. A quase totalidade do material acabaria por ser recuperada quatro meses depois na Chamusca.
17 de Janeiro de 2018 às 00:10
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Questionado esta terça-feira, 16 de Janeiro, pelo deputado do CDS-PP João Rebelo, na audição parlamentar na comissão de Defesa Nacional, Azeredo Lopes respondeu que o Ministério está a avaliar a "questão de saber quais são os meios de defesa alocados a quem tem à sua guarda armamento militar e de guerra".

 

"Em que condições se pode recorrer à força, até à força letal, está em discussão, ainda no interior da Defesa Nacional e por impulso do Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, a possibilidade de olhar com mais realismo para aquelas que podem ser limitações excessivas neste plano", declarou.

 

O ministro da Defesa recusou a ideia, que disse estar a ser propagada nos meios "jornalísticos e políticos", de que "nada se sabe" sobre o furto de Tancos, divulgado no final de Junho pelo Exército.

 

"Já se sabe muitíssima coisa, já se sabe porque é que aconteceu, já se saber que há décadas que havia uma incúria que nos responsabiliza a todos relativamente a uma questão que dizia respeito a uma das funções primordiais das Forças Armadas", disse.

 

Futuramente, acrescentou, "não podem faltar recursos financeiros para a segurança do material militar à guarda das Forças Armadas".

 

O ministro desafiou "quem quiser dizer que os furtos não poderiam ter ocorrido no passado" e, defendeu, "a fava saiu ao actual titular da pasta como podia ter calhado a outro titular".

 

Azeredo Lopes sustentou que "hoje está documentalmente demonstrado da ausência de investimentos credíveis e sérios na questão da segurança dos paióis nacionais, paiolins e instalações militares".

 

O ministro sustentou que "a responsabilidade política do ministro da Defesa não é guardar paióis, é enfrentar a questão que desconhecia e levar até ao fim a recuperação da segurança" e recusou fazer uma incursão "pelo século XX" para encontrar nos seus antecessores os culpados pela falta de investimento que referiu.

 

Na audição parlamentar, Azeredo Lopes sublinhou que o Exército está prestes a concluir "o que era seu dever fazer", destacando que o ramo "soube enfrentar um problema que era muito grave".

 

Para o governante, o Exército "soube enfrentar um problema que não podia ser desconhecido para muita gente dentro" do ramo e de determinar "uma auditoria própria", para além da colaboração com a auditoria do ministério da Defesa Nacional. Falta agora, disse, a "execução plena" das medidas estruturais de reforço da segurança que se aplicam "aos três ramos" e não apenas ao Exército.

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