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Alerta pós-furto em Tancos: Governo embarga obras junto a paióis da NATO

O Ministério da Defesa tem vindo a embargar, desde há dois meses, várias obras ilegais na área de servidão militar do Depósito de Munições NATO de Lisboa, em Fernão Ferro, no Seixal, que alberga material transferido de Tancos, incluindo algum do furtado e entretanto recuperado.

Foi uma das operações mais mediáticas porque estavam em causa questões de segurança de material militar e havia toda uma vertente política, que envolvia o próprio ministro da Defesa numa dimensão de responsabilidade política. O Ministério Público explicou que estavam em causa, entre outras, suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional, e meteu mãos à obra, abrindo um processo para investigar o destino dado às armas desaparecidas e contando com a coadjuvação da Unidade Nacional Contra Terrorismo (UNCT) da Polícia Judiciária, com colaboração institucional da Polícia Judiciária Militar. O caso abalou o Exército e o próprio Governo e, surpreendentemente, as armas foram recuperadas na sequência de um telefonema anónimo: apareceram em Outubro num campo aberto a 21 quilómetros de onde tinha sido furtado três meses e meio antes. Faltavam munições de 9 mm, mas estavam a mais 200 petardos, de quem ninguém tinha dado falta. Houve baixas na hierarquia do exército e os autores do furto continuam por identificar.
O Depósito de Munições Nato de Lisboa, situado no Seixal, alberga material transferido de Tancos, incluindo algum do furtado e entretanto recuperado. José Neves
11 de Maio de 2018 às 11:30
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Após o rebentamento do escândalo em torno do furto de material de guerra nos paióis de Tancos, em Junho do ano passado, o Governo tem vindo a tomar medidas de reforço da segurança de algumas instalações militares críticas.

 

No caso do Depósito de Munições NATO de Lisboa (DMNL), em Fernão Ferro, no Seixal, que alberga material transferido de Tancos, incluindo algum do furtado e entretanto recuperado, o Governo começou em Março passado a despachar uma série de embargos de obras ilegais na área de servidão militar desta infra-estrutura, cuja finalidade é o cumprimento da missão militar da Aliança Atlântica.

 

A Marinha começou por embargar a construção de um muro de vedação e o reinício da edificação de uma casa, obras que estavam a decorrer sem as obrigatórias licenças da autoridade militar.

 

Já esta sexta-feira, 11 de Maio, em Diário da República, foi publicado um despacho do ministro da Defesa, Azeredo Lopes, em que se regista que a mesma autoridade militar levantou "auto de notícia", com a data de 1 de Março de 2018, no seguimento de acções de fiscalização na zona de servidão militar do DMNL, dando conta da abertura ilegal de um furo para a captação de água.

 

O ministro Azeredo Lopes determinou o embargo da obra, pela Marinha, e "que se notifique o dono da obra/proprietário que, em caso de incumprimento, poderá sujeitar-se à posse administrativa, por parte do Ministério da Defesa Nacional, através da Marinha, para a reposição original do terreno e à fixação do competente regime sancionatório pela Marinha, sendo o dono da obra/proprietário responsável pelo pagamento dos encargos devidos".

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