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Chefe do Estado-Maior do Exército apresentou demissão devido a "circunstâncias políticas"

Rovisco Duarte é a última vítima do caso de Tancos, tendo esta quarta-feira apresentado o pedido de demissão.

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17 de Outubro de 2018 às 16:30
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O General Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército, pediu a demissão do cargo esta quarta-feira, noticiou o Correio da Manhã, avançando que foi entregue a carta de resignação ao Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, Marcelo Rebelo de Sousa.

O Ministério da Defesa enviou entretanto um comunicado onde confirma que "o Senhor General Frederico José Rovisco Duarte pediu, por motivos pessoais, a exoneração do cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército".


E acrescenta que na "
sequência deste pedido, foram iniciados os procedimentos adequados com vista à nomeação de um novo Chefe do Estado-Maior do Exército, conforme estabelecido nos termos do artigo 18.º da Lei Orgânica de Bases da Organização das Forças Armadas".

O pedido de exoneração de Rovisco Duarte ocorre dois dias depois da tomada de posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, na sequência da demissão de José Azeredo Lopes do cargo.

O anterior ministro invocou a necessidade de evitar que as Forças Armadas fossem prejudicadas pelo "ataque político" e as acusações de que afirmou estar a ser alvo por causa dos desenvolvimentos da investigação judicial à recuperação do material militar furtado em Tancos, divulgada a 29 de junho de 2017.

A demissão de Rovisco Duarte acontece um ano depois da recuperação da maior parte do material, divulgada pela Polícia Judiciária Militar, em comunicado, no dia 18 de outubro de 2017, na Chamusca, a cerca de 20 quilómetros dos paióis de Tancos.

A investigação do Ministério Público à recuperação do material furtado, designada Operação Húbris, levou à detenção para interrogatório de militares da PJM e da GNR.

A demissão de Rovisco Duarte já tinha sido defendida pelo CDS-PP, que propôs na Assembleia da República uma comissão de inquérito para apurar as responsabilidades pelo furto.

Circunstâncias políticas

Segundo fontes militares contactadas pela Lusa, o general comunicou "por escrito", através da rede interna do Exército, que apresentou ao Presidente da República a sua carta de resignação.

"Circunstâncias políticas assim o exigiram", justificou Rovisco Duarte, que foi escolhido pelo anterior ministro da Defesa, Azeredo Lopes, para substituir Carlos Jerónimo que se demitiu na sequência da polémica que envolveu a direção do Colégio Militar, a propósito de uma alegada discriminação em função da orientação sexual.

O mandato de Frederico Rovisco Duarte, que terminaria em abril do próximo ano, estava sob contestação desde o furto de material militar dos paióis de Tancos, divulgado em 29 de junho do ano passado, desde logo, internamente, quando decidiu exonerar, e depois renomear, cinco coronéis no âmbito da investigação interna ao furto.

Aquela decisão motivou a demissão de dois generais do Exército, Antunes Calçada e António Menezes.

A demissão do CEME ocorre dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que substituiu Azeredo Lopes na pasta.


(Notícia actualizada às 17:23 com mais informação)

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