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Costa considera "normal" pedido de demissão de Rovisco Duarte por "motivos pessoais"

O primeiro-ministro, António Costa, disse hoje, em Bruxelas, que o general Rovisco Duarte justificou o seu pedido de demissão do cargo de Chefe do Estado-Maior do Exército com "motivos pessoais", considerando "normal" o processo da sua exoneração.  

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17 de Outubro de 2018 às 18:30
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"O senhor Presidente da República entregou hoje ao Governo uma carta que lhe foi entregue pelo general Rovisco Duarte, pedindo a sua demissão por motivos pessoais e, portanto, está agora a decorrer o processo normal tendo em vista a sua exoneração e a designação do novo Chefe do Estado-Maior do Exército", declarou António Costa, à entrada para o Conselho Europeu, em Bruxelas.

 

Questionado sobre se foram "circunstâncias políticas" que motivaram o pedido de demissão de Rovisco Duarte, António Costa remeteu para a carta que lhe foi entregue por Marcelo Rebelo de Sousa, argumentando que é "nessa base" que o Governo trabalha.

 

"É um processo normal que o senhor general saia", concluiu.

 

O general Rovisco Duarte justificou perante o Exército o pedido de demissão do cargo de Chefe do Estado-Maior do ramo afirmando que "circunstâncias políticas assim o exigiram", disseram à Lusa fontes militares.

 

Segundo fontes militares contactadas pela Lusa, o general comunicou "por escrito", através da rede interna do Exército, que apresentou ao Presidente da República a sua carta de resignação.

 

"Circunstâncias políticas assim o exigiram", justificou Rovisco Duarte, que foi escolhido pelo anterior ministro da Defesa, Azeredo Lopes, para substituir Carlos Jerónimo que se demitiu na sequência da polémica que envolveu a direcção do Colégio Militar, a propósito de uma alegada discriminação em função da orientação sexual.

 

O mandato de Frederico Rovisco Duarte, que terminaria em Abril do próximo ano, estava sob contestação desde o furto de material militar dos paióis de Tancos, divulgado em 29 de Junho do ano passado, desde logo, internamente, quando decidiu exonerar, e depois renomear, cinco coronéis no âmbito da investigação interna ao furto.

 

Aquela decisão motivou a demissão de dois generais do Exército, Antunes Calçada e António Menezes.

 

A demissão do CEME ocorre dois dias depois da posse do novo ministro da Defesa Nacional, João Gomes Cravinho, que substituiu Azeredo Lopes na pasta.

 

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