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De pirralha a jerricã: as palavras mais pesquisadas do ano no Priberam
Uma iniciativa do Priberam e da agência Lusa mostra as palavras mais procuradas no dicionário durante o ano. Em dezembro, a palavra mais procurada no site da Priberam foi pirralha.
Entre as 24 palavras mais pesquisadas no site do Priberam, duas por cada mês, estão palavras que se relacionam sempre com fatores externos que ocorreram este ano. Por exemplo, a palavra "pirralha" foi a mais pesquisada em dezembro, na mesma altura em que Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, chamou pirralha à ambientalista sueca Greta Thunberg. Já em agosto, altura da greve dos motoristas de matérias perigosas em Portugal, a palavra mais pesquisada foi "jerricã".
Janeiro: interino e mineradora. Neste mês Juan Guaidó proclamou-se presidente interino da Venezuela e foi quando ocorreu o colapso da barragem da empresa mineradora Vale, em Brumadinho, no Brasil, que provocou a morte de 300 pessoas.
Fevereiro: escusa e Chapo. Em fevereiro, Carlos Costa, governador do Banco de Portugal, pediu escusa nas decisões sobre a auditoria à Caixa Geral de Depósitos e, em Nova Iorque, o traficante mexicano de droga, conhecido como El Chapo, foi condenado.
Março: massacre e cinotécnica. No terceiro mês do ano dois atiradores protagonizaram um massacre numa escola do estado brasileiro de São Paulo e Portugal enviou auxílio para Moçambique, após a passagem do ciclone Idai, incluindo uma equipa cinotécnica.
Abril: demover e pináculo. Em abril deste ano, João Lourenço, presidente angolano, tentou demover o ex-presidente José Eduardo dos Santos de viajar na companhia aérea TAP para Espanha e foi o mês em que o pináculo da catedral de Notre-Dame, em Paris, caiu após um incêndio ter deflagrado no monumento.
Maio: sindicância e decoro. Maio foi o mês em que a ministra da Saúde desvalorizou a polémica sobre a sindicância à Ordem dos Enfermeiros e foi quando Marcelo Rebelo de Sousa, Presidente da República, veio a público pedir decoro e respeito pelas instituições públicas, após as declarações de Joe Berardo na comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos.
Junho: Sibila e obliteração. Em junho, a escritora Agustina Bessa-Luís, autora de "A Sibila", morreu e, no mesmo mês, Donald Trump, presidente dos EUA, ameaçou com a obliteração de partes do Irão se os interesses norte-americanos sofressem algum ataque.
Julho: bossa-nova e nepotismo. No primeiro mês do segundo semestre do ano João Gilberto, compositor brasileiro entitulado o pai da bossa-nova morreu e Jair Bolsonaro, presidente do Brasil, rejeitou o nepotismo de que estava a ser acusado pela indicação do seu filho Eduardo Bolsonaro para embaixador nos EUA.
Agosto: jerricã e calhorda. O mês em que grande parte dos portugueses vão de férias, foi também o mês da greve dos motoristas de matérias perigosas, que proporcionou uma corrida às bombas de combustível para abastecer os jerricãs e foi também o mês em que o presidente francês, Emmanuel Macron, se mostrou preocupado com os incêndios na Amazónia e foi chamado de calhorda no Twitter pelo ministro da Educação brasileiro.
Setembro: subvenção e Sumo Pontífice. Terminadas as férias, setembro marcou a polémica em torno das subvenções vitalícias que os políticos recebem e foi também o mês em que o Papa Francisco visitou Moçambique no âmbito da viagem que leva o Sumo Pontífice ao continente africano.
Outubro: entronização e espeleólogos. Em outubro decorreram as cerimónias de entronização do imperador Naruhito do Japão e foi quando os espeleólogos portugueses, que ficaram retidos numa gruta em Espanha, foram encontrados por uma equipa de resgate.
Novembro: cantautor e rubro-negro. No mês passado, o cantautor português José Mário Branco morreu e as atenções voltaram-se para o Flamengo, clube rubro-negro treinado por Jorge Jesus, que venceu a Taça Libertadores da América e o campeonato brasileiro de futebol em dois dias consecutivos.
Dezembro: pirralha e espúria. No último mês do ano, uma das palavras mais pesquisadas foi "pirralha", insulto utilizado por Jair Bolsonaro para caraterizar a jovem ambientalista sueca Greta Thunberg. Em dezembro foi também quando o antigo primeiro-ministro José Sócrates defendeu o ex-presidente brasileiro Lula da Silva e criticou a aliança espúria entre justiça e jornalismo.
Para além destas 24 palavras, esta iniciativa destacou ainda outras, como a palavra inócuo, veganismo, conluio, imolar, peculato ou exumação. Destaca-se também a forte procura pela palavra chibaria no dicionário da Priberam, a propósito da canção "Telemóveis", com que Conan Osíris venceu o Festival da Canção, em Portugal.
Este foi um ano recorde para o Dicionário Priberam, que teve mais de 133 milhões de consultas desde janeiro, valores que colocam o site dicionario.priberam.org entre os 50 mais visitados em Portugal, segundo os dados da Alexa.com.