Notícia
Tratamento contra a covid-19 da AstraZeneca aquém das expetativas em fase final dos estudos
O tratamento da AstraZeneca, que procura criar anticorpos no organismo, ficou aquém do próprio placebo quando administrado a pessoas já infetadas com covid-19. Ainda assim, terapia pode ser útil entre a população que reage mal às vacinas.
O AZD 7442, o medicamento em desenvolvimento pela AstraZeneca para tratar a covid-19 ficou aquém das expetativas na terceira fase dos ensaios clínicos com 23 de 1.121 infetados a contrair sintomas. No grupo de controlo, só 17 doentes sem medicação, apenas com placebo, adquiriram sintomas.
Ainda assim, os resultados foram promissores numa outra fase do estudo que avaliou a capacidade de prevenção da doença por parte do tratamento em 73%. O problema parece estar em administra-lo cedo o suficiente.
A AstraZeneca e os Estados Unidos têm já assinado um acordo de compra de 700 mil destes tratamentos, avaliado em 726 milhões de dólares.
O AZD 7442 é um tratamento em desenvolvimento por parte da AstraZeneca que tem como objetivo a criação de anticorpos no organismo e procura dar resposta à população por vacinar e a quem reage mal à vacina, nomeadamente ao grupo de mulheres que relataram casos de coágulos sanguíneos depois de terem sido inoculadas com as vacinas da Janssen ou da própria AstraZeneca. Além destes grupos particulares, a procura por este tipo de tratamentos acontece sobretudo em países com difícil acesso a vacinas.
Estão ainda a decorrer vários outros estudos sobre o medicamento, todos em fase final, que deverão oferecer outro tipo de informações sobre a aplicação do mesmo em vários contextos.
Este não é, contudo, um tratamento único e a farmacêutica Eli Lilly provou já ter ao seu dispor uma terapia semelhante que reduz o risco de infeção por covid-19 em 80%. A eficácia foi comprovada através de um estudo desenvolvido em residências sénior, e envolveu o staff e os próprios idosos.
Também Donald Trump, na altura presidente dos Estados Unidos, foi administrado com o tratamento regenron, da Eli Lilly, numa tentativa de aumentar a resposta imunitária à doença.
Segundo as conclusões retiradas de vários estudos realizados sobre terapias de anticorpos, esta metodologia é eficaz, mas o problema está em administra-la cedo o suficiente, para que o sistema imunitário esteja reforçado quando e se finalmente entrar em contacto com o vírus.