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Partidos admitem máscaras e mais testes mas afastam confinamento
O entendimento geral é de que não haverá novos confinamentos ou encerramento de atividades. Foi essa a ideia que os partidos recebidos por António Costa deixaram no final do encontro. O primeiro-ministro prometeu falar ao país esta quinta-feira.
Os partidos com assento parlamentar ouvidos esta terça-feira pelo primeiro-ministro aceitam o regresso a medidas como o reforço do uso de máscara em eventos de grande dimensão ou da testagem, mas estão contra novos confinamentos.
O primeiro-ministro recebeu ontem Bloco de Esquerda, PCP, PAN, CDS, Chega e Iniciativa Liberal e, segundo as declarações dos deputados à saída das reuniões, o Governo prepara-se para exigir um reforço da testagem mesmo junto de pessoas vacinadas e o uso obrigatório de máscara em espaços que juntem muitas pessoas.
Segundo o líder do Chega, o Governo “poderá vir a exigir, em alguns espaços, por exemplo discotecas, ou bares, ou grandes eventos com grande presença massiva de pessoas, como eventos desportivos, dois instrumentos de controlo cumulativos: uso de certificados e o teste obrigatório até 48 horas antes”. Já a porta-voz do PAN relatou a preocupação do Governo em reforçar o uso de máscara, sobretudo em “espaços fechados”, como eventos desportivos e culturais.
Ao CDS, António Costa deu a garantia de “encetar todos os esforços e mobilizar os meios necessários para organizar uma vacinação massiva que proteja os mais idosos”.
Embora os partidos concordem, genericamente, com estas medidas, opuseram-se à restrição da atividade económica e social. O líder do CDS defendeu que “os números mostram que a pandemia está controlada e que o método da vacinação é muito eficaz” e, por isso, recusou “medidas restritivas que contraiam a nossa vida social ou económica ou que signifiquem marcha atrás na libertação do país”.
Já a porta-voz do PAN disse que “não há condições” para um novo estado de emergência, não só pela saturação dos portugueses, como pela situação política. Nesse sentido, defendeu que o Parlamento funcione o máximo de tempo possível até às eleições.
Também o PEV defendeu a normalização da vida quotidiana, sem regresso a restrições devido à pandemia, enquanto o líder da Iniciativa Liberal mostrou-se “agradado” com o facto de o Governo não pretender avançar com confinamentos como no passado.
A ideia de um modelo menos restritivo de controlo da pandemia foi também deixada pelo PCP. “Ficámos com a ideia de que não vão existir restrições significativas, de que deve haver a nossa própria defesa no plano de evitar o contágio, tomarmos as nossas medidas de proteção sanitária”, salientou Jerónimo de Sousa à saída do encontro com o primeiro-ministro. O secretário-geral do PCP defendeu que “seria profundamente negativo”, designadamente no que se refere a “alguns setores económicos” que, neste momento, “existissem muitas restrições” que são “muitas vezes mal explicadas”, reiterando que “neste quadro parece que, desta vez, não vamos ter essa situação”.
Já o Bloco de Esquerda apontou a necessidade de reforço do Serviço Nacional de Saúde (SNS) e do processo de vacinação. “Transmitimos a nossa grande preocupação com as condições do SNS que está muito fragilizado, os profissionais de saúde exaustos, com falta de meios”, avisou a líder bloquista, Catarina Martins.
Questionada sobre as medidas que o Governo poderia tomar mesmo com a dissolução do Parlamento, a coordenadora do BE afirmou que a “Constituição dá o conforto de saber que é possível tomar as medidas necessárias em qualquer momento.”
António Costa recebe esta quarta-feira o PSD e o PS e fala ao país amanhã.
* Com Lusa