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PCP diz que Governo não está a ponderar "restrições significativas"
O secretário-geral do PCP afirmou esta terça-feira que o Governo não está a preparar "restrições significativas" para responder ao aumento de contágios de covid-19 e defendeu que, apesar da "evolução negativa", não há "razão funda" para "depressão" ou "medo".
23 de Novembro de 2021 às 20:00
"Ficámos com a ideia de que não vão existir restrições significativas, de que deve haver a nossa própria defesa no plano de evitar o contágio, tomarmos as nossas medidas de proteção sanitária", frisou Jerónimo de Sousa à saída de uma reunião com o primeiro-ministro sobre a situação epidemiológica.
O secretário-geral do PCP defendeu que "seria profundamente negativo", designadamente no que se refere a "alguns setores económicos" que, neste momento, "existissem muitas restrições" que são "muitas vezes mal explicadas".
Na ótica de Jerónimo de Sousa, apesar de se estar a testemunhar uma "evolução negativa" da pandemia, "não há uma razão funda para qualquer sinal de depressão, de medo, junto das pessoas".
Frisando que "na evolução da situação pesou muito a vacinação", o líder comunista disse ter transmitido ao Governo a necessidade de "encontrar respostas que visem o reforço da vacinação e dos serviços públicos de saúde", assim como de "montar ou remontar o aparelho" de vacinação "para o caso de evolução deste processo".
Questionado sobre se está a ser equacionado pelo Governo a vacinação dos mais novos -- numa altura em que Bruxelas está a aguardar luz verde da Agência Europeia de Medicamentos sobre a vacinação das crianças entre os cinco e os 11 anos contra a covid-19 -, Jerónimo de Sousa disse que, neste momento, os mais de 65 anos "vão ter uma fase prioritária".
Apesar disso, o secretário-geral do PCP defendeu que a vacinação das crianças é uma "consideração de grande pertinência e de grande atualidade a que é preciso responder" e relembrou que, na reunião de sexta-feira passada do Infarmed, essa possibilidade foi admitida.
Interrogado novamente se, depois do encontro com o primeiro-ministro, ficou com a ideia de que o Governo está a preparar essa vacinação, Jerónimo de Sousa respondeu: "Não tenho assim essa confiança e essa segurança".
O primeiro-ministro, António Costa, recebe, entre hoje e quarta-feira, os partidos com representação parlamentar sobre a situação epidemiológica em Portugal, num momento em que o país regista um crescimento das taxas de incidência e de transmissão (Rt) da covid-19, antes de o Governo aprovar medidas.
Para além do chefe do executivo, estão nestas reuniões a ministra de Estado e da Presidência Mariana Vieira da Silva, a ministra da Saúde, Marta Temido, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro.