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País mais vacinado do mundo também enfrenta reabertura difícil

Com o mundo à espera de um regresso à normalidade com a distribuição de vacinas, Israel mostra que o caminho será longo e árduo.

27 de Fevereiro de 2021 às 17:00
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Numa altura em que quase metade da população de 9,3 milhões recebeu pelo menos uma dose da vacina, Israel administrou mais vacinas contra a covid-19 per capita do que qualquer outro país. Israel apostou na vacinação para começar a reabrir a economia. No passado domingo, teatros, estádios desportivos, hotéis e ginásios puderam abrir para pessoas que demonstrassem - usando a aplicação móvel "passe verde" - que receberam as duas doses ou que recuperaram do coronavírus. Os 30% da população que têm o passe têm acesso a ginásios, piscinas e outras instalações semelhantes.

Mas mesmo que isso traga esperança para empresas fechadas há meses e para economias de todo o mundo que gastaram biliões de dólares para apoiar a população durante as restrições, Israel mostra um novo normal que pode ter poucas semelhanças com o mundo pré-pandemia durante algum tempo.

Um exemplo é o Haifa Theatre, de Niza Ben Zvi, no norte de Israel, que se prepara para o primeiro espétaculo presencial desde meados do ano passado.

"Vi as luzes e emocionei-me", disse Ben Zvi, presidente do teatro. "Espero que fique por aqui. Acabou, estamos de volta e não há mais restrições."

Ainda assim, embora tenha esgotado os bilhetes para o espetáculo "Bargain Market" que começa no final de fevereiro, o teatro só pode ter metade da ocupação, já que os convidados têm de se sentar com um intervalo entre si. Essa limitação faz com que não se gere receita suficiente para cobrir produções de maior orçamento, como musicais.

Sem Turistas

Há outros fatores que continuam a condicionar o regresso à atividade económica habitual. O turismo é quase inexistente, já que o principal aeroporto do país está fechado para quase todos os voos até ao início de março.

Depois de uma contração de 2,4% no ano passado, o Banco de Israel prevê um crescimento de mais de 6% este ano se as iniciativas de vacinação rápida continuarem. Os riscos, porém, mantêm-se, especialmente se for disseminada uma nova variante resistente à vacina. Outro risco é que o governo - que enfrenta eleições a 23 de março - não forneça apoio orçamental suficiente para ajudar na transição económica.

"A questão agora é como retirarmos cuidadosamente os estímulos para não desperdiçarmos dinheiro e ficarmos viciados no apoio do governo por um lado", disse Adi Brender, chefe da divisão macroeconómica e de políticas do departamento de pesquisa do banco central. E "por outro lado, não eliminar o momentum, deixar as pessoas desamparadas cedo demais".

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