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Instituto de Medicina Molecular prepara novos testes para diagnosticar Covid-19
O Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Universidade de Lisboa está a desenvolver testes para diagnosticar o novo coronavírus, noticiou o jornal Público.
Este kit de diagnóstico português utiliza reagentes fabricados no país e está à espera de validação final do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge. Em breve, o IMM espera realizar 300 testes por dia, prevendo alcançar depois a fasquia dos mil testes diários, confirmou, ao Negócios, Maria Mota, diretora do IMM.
"Esperamos daqui a uns três dias fazer diagnósticos. No início, prevemos 300 por dia, depois 500 e esperamos chegar aos mil", disse, ao Público, Maria Mota. Os resultados de um teste demoram cerca de duas a três horas, sublinhou a investigadora, reconhecida internacionalmente pelo seu trabalho de investigação do parasita da malária.
De acordo com a cientista portuguesa, uma equipa de 37 voluntários do instituto está a trabalhar diariamente para a realização destes novos testes. Utilizam reagentes fabricados em Portugal, seguem as instruções da Organização Mundial da Saúde (OMS) para os kits de diagnóstico, e aplicam a mesma tecnologia utilizada na investigação do parasita da malária.
Prémio Pessoa em 2013, Maria Mota licenciou-se em Biologia na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, tem um mestrado em Imunologia, um doutoramento em Parasitologia Molecular na University College of London e um pós-doutoramento no New York Medical Center.
Numa entrevista ao Negócios, a investigadora portuguesa dizia: "Quando a crise não é geradora de grandes audácias, mais indicado é dar-lhe o nome de agonia". (Citava, então, a frase que está no livro "O Botequim da Liberdade", de Fernando Dacosta, sobre a vida de Natália Correia).