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Indústria têxtil contesta “discriminação” das máscaras comunitárias

Os industriais do têxtil e do vestuário lembram que as máscaras sociais de nível 2, certificadas pelo CITEVE, “têm um nível de eficácia de retenção de partículas ao mesmo nível das cirúrgicas”.

Tiago Petinga / Lusa
27 de Janeiro de 2021 às 12:26
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Os industriais do têxtil e do vestuário reclamam que as máscaras comunitárias já "foram utilizadas por milhões de pessoas, tendo demonstrado serem capazes de as proteger adequadamente" durante a pandemia de covid-19.

 

Após Alemanha e Áustria decidirem proibir o uso das máscaras têxteis nos espaços públicos, como os transportes públicos ouas lojas, as duas associações mais representativas da indústria portuguesa lembram que as máscaras certificadas de nível 2, com filtração de partículas acima de 90%, "têm um nível de eficácia de retenção de partículas ao mesmo nível das cirúrgicas".

 

"Qualquer discriminação relativa às máscaras de nível 2 não tem nenhuma razão sustentada cientificamente", criticam os presidentes da ATP, Mário Jorge Machado, e da Anivec, César Araújo, num comunicado conjunto divulgado esta quarta-feira 27 de janeiro. Quanto às de nível 3, dizem que é "necessário fazer uma avaliação científica" para clarificar se "deixaram de ser eficazes" face às novas estirpes mais contagiosas.
 

No início da pandemia, as autoridades portuguesas categorizaram estas máscaras por tipo de utilizador. E se as de nível 3 foram destinadas à população em geral, com um desempenho da filtração de partículas "apenas" acima de 70%, as de nível 2, com um grau de proteção acima de 90%, dirigiam-se a profissionais que, não sendo da saúde, estão expostos ao contacto com um elevado número de indivíduos.

 

Já no caso das semi-máscaras de proteção (FFP), que estão a ser aconselhadas pelos alemães por filtrarem também as partículas mais finas no ar que podem conter agentes infeciosos, os requisitos de filtragem são iguais ou superiores a 94% no caso do modelo FFP2 e sobem acima de 98% no caso das FFP3.

 
Pneumologistas equiparam cirúrgicas às sociais certificadas

A Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP) já veio dizer que "deve ser considerada a obrigatoriedade de uso de máscaras cirúrgicas", mas assinalou que, em alternativa,  pode igualmente ser considerado o uso de "máscaras comunitárias certificadas pelo CITEVE que, cumprindo os critérios de filtração de partículas, respirabilidade e boa adesão à face e nariz, conferem uma proteção comparável".

 

"Nos contextos de maior risco, nomeadamente os cuidadores de doentes ou famílias com elementos infetados por covid-19, ou situações associadas a maior aerossolização e disseminação de gotículas respiratórias", a SPP referiu que deverá ser equacionado o uso de máscaras FFP2.
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