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Pandemia já destruiu quase 5.000 empregos na indústria têxtil

A indústria do têxtil e do vestuário perdeu 14% da faturação e 4% dos postos de trabalho em 2020. E a redução avultada das importações de matérias têxteis no arranque do ano antecipa um primeiro trimestre no vermelho.

Bruno Simão
12 de Março de 2021 às 15:30
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A indústria têxtil e do vestuário perdeu 18% da produção e 14% do volume de negócios (-1.100 milhões de euros) em 2020, que ficou marcado pela pandemia de covid-19, com a destruição de emprego a atingir perto de 5.000 postos de trabalho, o equivalente a uma perda de 4% face ao final do ano anterior.

 

A estimativa é do presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP), Mário Jorge Machado, que sublinha, ainda assim, que a perda do emprego está a ser "amortizada" pelas empresas. É que, calcula, "caso tivesse sido na mesma ordem de grandeza dos restantes indicadores, o setor teria perdido 20 mil postos de trabalho".

 

As contas foram feitas por esta associação empresarial, sediada em Vila Nova de Famalicão, com base na evolução dos índices de atividade. No que toca ao comércio internacional, os dados do INE já tinham confirmado as exportações desta indústria recuaram 11% no ano passado, totalizando 4.643 milhões de euros, naquele que foi o segundo ano consecutivo a perder terreno nas vendas ao exterior.

 

572Exportações
A covid-19 tirou 572 milhões de euros de receitas ao setor em 2020. As maiores perdas aconteceram em Espanha (-25%) e em Itália (-13%).



E o cenário não está mais desafogado no arranque deste ano. Os dados divulgados esta sexta-feira, 12 de março, mostram um recuo de dois dígitos (-10%) em termos homólogos nas exportações de janeiro, com o segmento do vestuário a registar os maiores recuos em termos percentuais (-16%) e absolutos (46 milhões de euros.

Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP).
Mário Jorge Machado, presidente da Associação Têxtil e Vestuário de Portugal (ATP). Amândia Queirós



Espanha continua a liderar a lista de destinos que mais encolhem as encomendas às fábricas nacionais, ao comprar menos 30 milhões de euros (-24%) no primeiro mês de 2021. Em sentido inverso, o destaque vai para a ligeira subida das vendas para França (acréscimo de 2 milhões de euros, equivalente a 3%) e para a Dinamarca (1,5 milhões, isto é, mais 17%).

 

Mas as más notícias não vão ficar por aqui. É que em janeiro caíram 24% as importações de matérias têxteis, o que Mário Jorge Machado classifica, citado num comunicado enviado à imprensa, como um "sinal que evidencia a quebra na atividade do sector e que terá, com certeza, impacto nas exportações dos meses de fevereiro e março".
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