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Exportações arrancam ano com quebra de 9,8% e importações caem quase o dobro
O confinamento que arrancou em janeiro voltou a pesar nas vendas de mercadorias ao exterior, com as exportações a descerem quase 10% no primeiro mês do ano, ainda assim bem menos do que a descida das importações, o que permitiu uma redução do défice comercial.
As exportações de mercadorias em Portugal recuaram 9,8% em janeiro, acentuando a tendência negativa dos meses anteriores, com o confinamento em vários países europeus a penalizar as vendas das empresas portuguesas para o exterior.
Segundo o Instituto Nacional de Estatística, a quebra no comércio global também se fez sentir fortemente nas compras ao estrangeiro, já que as importações afundaram 17,2%.
Em dezembro as exportações tinham caído 7,4% e as importações descido 6,5%. No trimestre terminado em janeiro, as exportações e as importações de bens diminuíram 5,8% e 12,1% face ao trimestre homólogo, acentuando também a tendência negativa registada no conjunto dos últimos três meses de 2020.
As exportações de bens atingiram 4,64 mil milhões de euros, sendo que a queda homóloga de 9,8% foi a mais forte desde junho do ano passado. Desde que a pandemia chegou a Portugal, só em setembro a variação homóloga nas exportações foi positiva.
Ainda assim a descida em janeiro é inferior à registada em março do ano passado, mês em que arrancou o primeiro confinamento. Com muitas fábricas fechadas na altura, ao contrário do que acontece agora, as exportações recuaram 12,9% em março e afundaram mais de 40% em abril de 2020.
No que diz respeito às importações, a quebra em janeiro deste ano para 5.475 milhões de euros foi a mais acentuada desde julho de 2020 (-19,8%).
Combustíveis penalizam
O INE salienta que as quebras sentidas no comércio internacional em janeiro foram "muito influenciadas pelos decréscimos acentuados das exportações e das importações de combustíveis e lubrificantes" (-39,3% e -46,1%, respetivamente), bem como do material de transporte (-10,9% e -26,4%, respetivamente).
Excluindo os combustíveis e lubrificantes, as exportações desceram 7,3% e as importações baixaram 12,6%, o que ainda assim demonstra bem o impacto do confinamento na atividade económica em Portugal e noutros países da União Europeia.
Esta evolução permitiu uma redução do défice comercial em Portugal no mês de janeiro para 834 milhões de euros, o que representa uma descida de 630 milhões de euros face a janeiro de 2020.
No que diz respeito aos principais parceiros comerciais, o INE destaca a quebra de 11,2% nas exportações para a Alemanha e a descida de 4,6% para Espanha. Nas importações de destacar a descida acentuada de 85,6% nas compras de bens ao Reino Unido, o que se justifica com a saída do Reino Unido do espaço comercial da União Europeia.
Em janeiro de 2021, tendo em conta os principais países de destino em 2020, são de salientar as diminuições das exportações para Alemanha (-11,2%), sobretudo de Material de transporte e para Espanha (-4,6%), principalmente de Bens de consumo (sobretudo Vestuário). Nas importações dos principais parceiros, destacam-se as diminuições da Espanha (-8,9%), principalmente Bens de consumo (maioritariamente Vestuário) e Reino Unido (-85,6%).