Notícia
Vítor Constâncio defende que deve ser "repensada" meta de 2% do BCE para a inflação
Antigo vice do BCE considera que manter a meta de 2% vai "introduzir um enviesamento recessivo permanente na política monetária", tendo em conta que a Zona Euro "não voltará a uma inflação muito baixa". Vítor Constâncio propõe que meta seja aumentada para 3%.
O antigo vice-presidente do Banco Central Europeu (BCE) Vítor Constâncio defendeu esta quarta-feira que a meta de 2% definida pelo banco central para a taxa de inflação deve ser "repensada", para evitar um "enviesamento recessivo permanente" na política monetária no futuro.
"Os bancos centrais, após terem reestabelecido a sua credibilidade trazendo a inflação para um valor próximo dos 2% que era o seu objetivo assumido, terão de pensar em aumentar o objetivo da inflação para 3%", referiu Vítor Constâncio, numa intervenção sobre "os desafios de Portugal no contexto europeu" feita no congresso anual da Ordem dos Economistas, em Lisboa.
O ex-governador do Banco de Portugal afirmou que há vários economistas e académicos a avançar com essa proposta e que essa medida deve ser tida em conta quando as revisões das políticas monetárias começarem a ser discutidas a partir de 2025, porque a Zona Euro "não voltará ao regime de inflação muito baixa" como se verificou nos últimos 25 anos.
Essa conjuntura económica deve-se, segundo Vítor Constâncio, ao somatório de vários fatores, como é o caso da atual desglobalização, os efeitos do declínio demográfico no aumento dos salários, o lento crescimento da produtividade europeia e o envelhecimento da população que "implica um efeito negativo no lado da oferta".
"Se houver uma tendência para um ligeira subida da inflação, manter os 2% introduzir um enviesamento recessivo permanente na política monetária. Significa, por outro lado, que a economia tocará mais vezes inflações muito baixas e as taxas de juros tenderão a bater novamente no limite mínimo de zero ou voltar a ter uma experiência cujos resultados não recomendo de taxas de juro negativas", explicou.
Já uma meta de inflação de 3% vai permitir, na visão do antigo vice-presidente do BCE, "um maior espaço de redução da taxa de juro e, portanto, do expansionismo da política monetária quando se tiver a enfrentar períodos recessivos".
A presidente do BCE, Christine Lagarde, já afirmou anteriormente que está disponível para discutir uma revisão da meta da inflação assim que esta se aproximar dos 2%. "Quando chegarmos ao objetivo de 2% e estivermos confiantes de que a inflação irá continuar nesse nível, aí poderemos debater o tema", referiu.
"Os bancos centrais, após terem reestabelecido a sua credibilidade trazendo a inflação para um valor próximo dos 2% que era o seu objetivo assumido, terão de pensar em aumentar o objetivo da inflação para 3%", referiu Vítor Constâncio, numa intervenção sobre "os desafios de Portugal no contexto europeu" feita no congresso anual da Ordem dos Economistas, em Lisboa.
Essa conjuntura económica deve-se, segundo Vítor Constâncio, ao somatório de vários fatores, como é o caso da atual desglobalização, os efeitos do declínio demográfico no aumento dos salários, o lento crescimento da produtividade europeia e o envelhecimento da população que "implica um efeito negativo no lado da oferta".
"Se houver uma tendência para um ligeira subida da inflação, manter os 2% introduzir um enviesamento recessivo permanente na política monetária. Significa, por outro lado, que a economia tocará mais vezes inflações muito baixas e as taxas de juros tenderão a bater novamente no limite mínimo de zero ou voltar a ter uma experiência cujos resultados não recomendo de taxas de juro negativas", explicou.
Já uma meta de inflação de 3% vai permitir, na visão do antigo vice-presidente do BCE, "um maior espaço de redução da taxa de juro e, portanto, do expansionismo da política monetária quando se tiver a enfrentar períodos recessivos".
A presidente do BCE, Christine Lagarde, já afirmou anteriormente que está disponível para discutir uma revisão da meta da inflação assim que esta se aproximar dos 2%. "Quando chegarmos ao objetivo de 2% e estivermos confiantes de que a inflação irá continuar nesse nível, aí poderemos debater o tema", referiu.