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UTAO prevê crescimento de apenas 1,6% para este ano

O Governo reviu em baixa a previsão de crescimento económico para 2016, mas a UTAO acredita que mesmo assim a projecção do Governo pode falhar. Informação nova sobre o comportamento da economia no final do ano penaliza previsões para 2016.

Bruno Simão
17 de Fevereiro de 2016 às 20:28
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A Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) acredita que a economia vai crescer apenas 1,6% este ano, em resultado da informação nova sobre o comportamento da economia portuguesa nos últimos três meses de 2015. O novo valor aumenta as dúvidas sobre a projecção que o Governo inscreveu no Orçamento do Estado e que aponta para um aumento do PIB de 1,8% e que já resulta de uma revisão em baixa da primeira previsão de um crescimento de 2,1% que consta do esboço do Orçamento. 
 

"Mantendo a dinâmica de crescimento intra-anual em 1,3%, tendo em conta que o efeito de carry-over de 2015, após a divulgação do quarto trimestre de 2015 feita pelo Institituto Nacional de Estatística (INE), é mais baixo do que o que estava implícito no OE/2016, a projecção para o PIB anual deverá ser revista em baixa em 0,2 pontos percentuais para 1,6%", revelam os técnicos do Parlamento no relatório final sobre o Orçamento do Estado para 2016.

Em causa está a informação nova conhecida na passada sexta-feira referente ao PIB do quarto trimestre de 2015 e do conjunto do ano passado. Esta estimativa do INE, que ainda não está completamente fechada, mostra que o crescimento económico do ano passado ficou em 1,5%.

Os dados novos do INE, que já foram conhecidos depois de o Orçamento do Estado estar fechado, penalizam a perspectiva de crescimento para este ano, em duas décimas, estimam os técnicos do Parlamento. O Orçamento do Estado já tinha revisto em baixa a previsão de crescimemnto para este ano, de 2,1% para 1,8%, depois de incluído um novo pacote de medidas de austeridade de cerca de mil milhões de euros. A primeira projecção do Executivo, que constava do esboço do Orçamento do Estado, não convenceu as instituições. 

Esta ameaça ao crescimento económico, que a concretizar-se coloca a economia a crescer pouco acima do verificado em 2015, junta-se aos riscos já identificados no relatório preliminar do Orçamento do Estado feito pela mesma instituição. 

"Em relação aos riscos internos, destaca-se o risco descendente para o crescimento económico relacionado com a procura doméstica, nomeadamente consumo privado e investimento", defende a UTAO. No entanto, os técnicos do Parlamento admitem que existem alguns riscos "ascendentes para o crescimento, nomeadamente ao nível do consumo privado". 

Do ponto de vista externo, o crescimento das principais economias com as quais Portugal se relaciona em termos comercaias constitiu um "importante desafio" para a concretização das previsões macroeconómicas. 
  

 

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