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Unidade da Fitch revê em alta crescimento de Portugal
A BMI Research prevê que a economia nacional cresça 2,5% este ano. Em 2018, deverá abrandar o ritmo de expansão, mas ainda assim os números também foram revistos em alta.
"A recuperação da economia vai tornar-se cada vez mais desafiante, já que o rápido aumento do emprego que impulsionou o crescimento do PIB deverá abrandar fortemente nos próximos anos", realça a BMI, uma unidade do grupo Fitch.
A BMI Research, que já tinha elevado as previsões de crescimento de Portugal de 1,4% para 2,3% este ano, voltou a rever as estimativas para a expansão da economia nacional. A última estimativa aponta agora para que o produto interno bruto (PIB) de Portugal cresça 2,5% este ano.
A nova previsão surge depois de terem sido conhecidos os dados do segundo trimestre do ano. O INE reviu em alta o crescimento económico do segundo trimestre do ano para 2,9%, o valor mais elevado em quase 17 anos, tendo estes dados sido conhecidos a 31 de Agosto.
Além de rever em alta as previsões para este ano, a BMI elevou também as estimativas para 2018. A previsão actual aponta para um crescimento da economia de 1,9% no próximo ano, o que compara com a estimativa anterior de 1,2%.
A unidade de análise explica que o abrandamento do ritmo da economia entre 2017 e 2018 reflecte o cenário previsto para o resto da Zona Euro, com a BMI a prever que a economia passe de um crescimento de 2,1%, este ano, para um aumento de 1,8% em 2018.
Mas, no caso de Portugal, o abrandamento é ainda justificado por outros dois factores: o crescimento do emprego e da produtividade. "Apenas um [destes factores] tem contribuído para a expansão desde o início de 2014 – e não é a produtividade. Nos últimos três anos, o PIB real cresceu em média 1,5% em termos homólogos, com o número de pessoas empregadas a crescer 1,8% - o que implica que o crescimento da produtividade, medida pela produção real por trabalhador, contraiu cerca de 0,3%", realça o relatório.
O BMI salienta que "aumentar o número de horas de trabalho" pode ajudar, mas é "improvável que dê um grande impulso" já que em Portugal "os trabalhadores já trabalham mais horas do que a média da OCDE."
Assim sendo, realça a mesma fonte, "o crescimento da produtividade terá de recuperar para que o crescimento português se mantenha a um ritmo próximo do registado nos últimos dois anos."