Notícia
Uma quebra de 25% no turismo tira 2,9% ao PIB
Se as despesas com o turismo contraírem 25% num ano, como parece possível tendo em conta a pandemia de covid-19, a economia portuguesa contrai-se 2,9% só por causa deste efeito, diz o INE.
Uma redução de 25% nas despesas de turismo em Portugal este ano, como parece possível tendo em conta a pandemia de covid-19, conduziria a uma quebra de 2,9% do PIB, mostram cálculos revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
O INE atualizou o sistema de matrizes simétricas de input-output para 2017. Simplificando, este é um sistema que permite perceber como é que a economia portuguesa reage a choques e que será, por isso, muito útil num momento em que a pandemia de covid-19 abala o país.
O organismo de estatísticas fez um exercício com o impacto potencial da quebra do turismo. O INE lembra que em 2018 esta atividade valia 11,3% no PIB e admite que este "será um dos setores mais afetados" pela crise que resulta do covid-19, sendo "expectável uma contração significativa".
Mas esta ferramenta de análise atualizada pelo INE permite simular outro tipo de choques no país. Por exemplo, a partir deste sistema de matrizes, é possível concluir que em Portugal, as exportações são a componente da procura final que tem "o menor impacto na variação do PIB". Por cada euro a menos exportado, o PIB cai 56 cêntimos – ou vice versa: por cada euro a mais, sobe 56 cêntimos. Em plena crise, é de esperar que as exportações portuguesas afundem, seja por dificuldades na produção, seja por quebra na procura por parte dos parceiros comerciais.
Em contrapartida, as despesas de consumo final das administrações públicas (ou seja, a despesa pública) correspondem à componente que tem o maior impacto no PIB: por cada euro adicional de gastos, o PIB aumenta quase na mesma medida – 90 cêntimos. O aumento das despesas públicas, agora em momento de pandemia, será assim uma força que pode atenuar a recessão.
Os gastos das famílias também têm um impacto relevante, mostram os números. Por cada euro a menos, o PIB encolhe 76 cêntimos. O investimento vem de seguida: por cada euro a menos, o PIB cai 63 cêntimos.
(Notícia atualizada às 11:58)
O INE atualizou o sistema de matrizes simétricas de input-output para 2017. Simplificando, este é um sistema que permite perceber como é que a economia portuguesa reage a choques e que será, por isso, muito útil num momento em que a pandemia de covid-19 abala o país.
Mas esta ferramenta de análise atualizada pelo INE permite simular outro tipo de choques no país. Por exemplo, a partir deste sistema de matrizes, é possível concluir que em Portugal, as exportações são a componente da procura final que tem "o menor impacto na variação do PIB". Por cada euro a menos exportado, o PIB cai 56 cêntimos – ou vice versa: por cada euro a mais, sobe 56 cêntimos. Em plena crise, é de esperar que as exportações portuguesas afundem, seja por dificuldades na produção, seja por quebra na procura por parte dos parceiros comerciais.
Em contrapartida, as despesas de consumo final das administrações públicas (ou seja, a despesa pública) correspondem à componente que tem o maior impacto no PIB: por cada euro adicional de gastos, o PIB aumenta quase na mesma medida – 90 cêntimos. O aumento das despesas públicas, agora em momento de pandemia, será assim uma força que pode atenuar a recessão.
Os gastos das famílias também têm um impacto relevante, mostram os números. Por cada euro a menos, o PIB encolhe 76 cêntimos. O investimento vem de seguida: por cada euro a menos, o PIB cai 63 cêntimos.
(Notícia atualizada às 11:58)