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Sustentabilidade da dívida portuguesa ameaçada por falta de investimento público, alerta MEE
O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) avisa que Portugal pode ter dificuldades em pagar a sua dívida no longo prazo, pela falta de produtividade da economia e de investimento público. Mas vê no PRR uma forma de ajudar a resolver o problema.
O Mecanismo Europeu de Estabilidade (MEE) vê poucos sinais de preocupação para a economia portuguesa no curto prazo, mas avisa que, no médio e longo prazo, continuam a riscos para a sustentabilidade da dívida, devido à baixa produtividade e investimento.
"A análise de stress do MEE sugere poucos riscos no mercado de dívida no curto prazo. Mas no médio e longo prazo, os riscos para a sustentabilidade da dívida e para a sua capacidade reembolso da dívida continua significativa, devido à baixa produtividade e ao investimento insuficiente", lê-se no relatório anual de 2022 do organismo.
O conselho de governadores do MEE aprovou nesta quinta-feira, 15 de junho, o seu relatório relativo a 2022. No documento, o organismo, liderado por Pierre Gramegna, descreve as suas ações no ano passado e dedica uma página à análise da economia portuguesa, que esteve sob assistência financeira, tendo recebido empréstimos do MEE.
Relativamente ao ano passado, o organismo destaca a redução do défice orçamental em Portugal, que explica com um aumento das receitas e com o "investimento público abaixo do orçamentado". A dívida pública continuou a descer em percentagem do PIB e "as condições de mercado continuaram favoráveis, apesar da subida das yields", acrescenta. E a rentabilidade dos bancos portugueses recuperou.