Notícia
Siza Vieira quer eleições "o mais rapidamente possível" para limpar "incerteza" sobre economia
O ministro da Economia diz que quanto mais cedo tiverem lugar as eleições melhor será – e para todos. Pedro Siza Vieira diz que permitiria não só para clarificar a situação do país, mas também conter um eventual impacto negativo na atual retoma.
Em linha com a "convicção bastante generalizada" de que Portugal precisa de eleições "o mais rapidamente possível", o ministro da Economia, Pedro Siza Vieira, alerta que, "quanto mais cedo, no início do próximo ano, "melhor" será "para a economia portuguesa, para todos os agentes económicos e também para todos os cidadãos".
Se, por um lado, seria "positivo" para "esclarecer todas as incertezas que, neste momento, pairam sobre a sociedade e sobre a economia", por outro, "permitiria mitigar, o mais possível, o impacto negativo que possamos ter nesta retoma que está a ser tão significativa e vigorosa", observou Pedro Siza Vieira, aos jornalistas, no dia em que dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) mostram que a economia portuguesa cresceu 2,9% no terceiro trimestre face aos três meses anteriores e 4,2% comparando com o período homólogo do ano passado.
"São dados obviamente positivos", realçou, atribuindo particular relevância à comparação anual homóloga, atendendo a que o terceiro trimestre de 2020 "tinha sido já "de grande crescimento". "Estamos num bom momento de recuperação", afirmou Pedro Siza Vieira, apontando, com base nos números disponíveis de outros países, que "Portugal cresce mais do que a média da União Europeia e mais do que a média da Zona Euro". "Somos o terceiro país com o crescimento mais que tem o crescimento mais significativo depois da França e da Áustria", enfatizou.
Embora considere que "a economia portuguesa está no caminho certo de recuperação e a convergir com a UE", Pedro Siza Vieira admite que, sem um Orçamento do Estado aprovado para 2022, podem existir desvios. "É, obviamente, mais um risco que temos em cima do processo de retoma", afirmou, incluindo os preços dos combustíveis ou custos das matérias-primas no pacote dos fatores de incerteza.
Já relativamente às implicações no Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), o ministro da Economia afirmou estar em curso "uma avaliação muito rigorosa" do que tem de ser feito até ao final do ano e início do próximo, e prometeu "todos os esforços", para que Portugal não deixe de cumprir as metas "muito exigentes". "O problema que se coloca é no primeiro trimestre, em que já não dispomos de orçamento, pelo que não podemos perder tempo", razão pela qual, insistiu, "quanto mais cedo tivermos eleições melhor será para ajudar a cumprir este objetivo".
Embora não antecipe "dificuldades de concretização" das metas no que resta do ano, o ministro da Economia lembrou que parte está do lado da Assembleia da República. Pedro Siza Vieira deu o exemplo da proposta de lei relativa ao Código da Insolvência e da Recuperação das Empresas, defendendo que "era importante que a AR a pudesse considerar antes da sua dissolução".
"Independentemente das circunstâncias políticas, e daquilo que possam ser as decisões do senhor Presidente da República e do que os portugueses venham a ser chamados a fazer, é muito importante que cada um de nós faça o seu papel no sentido de não prejudicarmos o país naquilo que é o aproveitamento destes recursos que são colocados à nossa disposição", assinalou.