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Segunda vaga da pandemia afunda confiança das famílias e empresas portuguesas

O índice de confiança dos consumidores recuou para o nível mais baixo em seis meses e nos empresários também se assistiu a uma degradação.

Entre fevereiro e setembro, foram destruídos 183 mil postos de trabalho, de           acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE).
Mariline Alves
27 de Novembro de 2020 às 10:36
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Os indicadores que medem os índices de confiança dos consumidores e das empresas portuguesas degradaram-se em novembro, mês marcado pelo agravamento da pandemia da covid-19 em Portugal, que levou o governo a aplicar mais medidas de restrição para travar o avanço do coronavírus no país.

 

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, o "indicador de confiança dos consumidores diminuiu após ter permanecido num patamar relativamente estável nos últimos cinco meses, que se seguiu à recuperação parcial observada em maio e junho face à maior diminuição da série registada em abril".

 

O índice deu mesmo um forte tombo, recuando para -26,9 em novembro contra -24,6 em outubro. Está agora no nível mais baixo desde abril e maio, meses em que o indicador atingiu mínimos históricos.

 

Segundo o INE, a evolução negativa em novembro "resultou do contributo negativo das componentes relativas a expectativas para os próximos doze meses, designadamente as perspetivas sobre a evolução futura da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da realização de compras importantes, tendo as opiniões relativas à evolução passada da situação financeira do agregado familiar contribuído positivamente".

 

No que diz respeito à confiança dos empresários, a tendência foi idêntica, com o indicador de clima económico a diminuir em novembro, "interrompendo o perfil de recuperação observado nos seis meses anteriores, após ter atingido em abril o valor mínimo da série".

 

O indicador de clima desceu para -0,5, contra 0,4 em outubro, tendo atingido um mínimo desde julho. Segundo o INE, os indicadores de confiança diminuíram em todos os setores, Construção e Obras Públicas, Comércio, Serviços e Indústria Transformadora, verificando-se a redução com maior magnitude no primeiro caso.

 

A evolução na Europa foi a mesma. O indicador de sentimento económico caiu acentuadamente na Zona Euro e União Europeia em novembro, após recuperação parcial, enquanto as expectativas de emprego afundaram pelo segundo mês consecutivo, devido à pandemia de covid-19.

 

Segundo as estimativas da Direção-Geral dos Assuntos Económicos e Financeiros (DG ECFIN) da Comissão Europeia, citadas pela Lusa, o indicador de sentimento económico "caiu acentuadamente" em 3,5 pontos para 87,6 na Zona Euro e em 3,6 pontos para 86,6 na UE em novembro. "Após a recuperação parcial do indicador entre maio e setembro e da ampla retoma em outubro, esta é a primeira queda após uma outra acentuada na primeira vaga de covid-19", explica aquele departamento do executivo comunitário.

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