Notícia
Portugal é o país da Zona Euro onde os preços menos crescem em 2019
Com três meses de inflação negativa já registados este ano, Portugal prepara-se ter a inflação mais baixa da Zona Euro em 2019, segundo as previsões da Comissão Europeia.
0,3%. Será esta a taxa de crescimento dos preços em Portugal no conjunto deste ano, de acordo com as previsões de Outono da Comissão Europeia divulgadas esta quinta-feira, 7 de novembro. Esta é a inflação mais baixa entre os Estados-membros da Zona Euro, cuja inflação agregada será de 1,2% em 2019.
A confirmar-se a previsão da Comissão Europeia de uma inflação de 0,3%, este será o crescimento mais baixo dos preços desde 2014, ano em que houve deflação (taxa de inflação de -0,2%). Estes dados têm como base a medida harmonizada da inflação realizada pelo Eurostat para a Zona Euro, a qual difere da inflação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
A economia portuguesa será a que terá a taxa de inflação mais baixa da Zona Euro, seguindo-se a Grécia com 0,5% e a Itália e o Chipre, ambos com 0,6%. Acima da média europeia de 1,2% estão países como a Alemanha (1,3%) e a Holanda (2,6%), segundo as previsões da Comissão Europeia, como se pode ver na tabela seguinte.
"A inflação na Zona Euro desacelerou este ano devido à queda dos preços da energia e porque as empresas têm escolhido absorver em grande parte o custo dos salários mais elevados nas margens [de lucro] em vez de passar [essas subidas] aos consumidores", explicam os técnicos da Comissão Europeia, assinalando que as "pressões inflacionistas deverão manter-se desligadas nos próximos dois anos".
Em Portugal, a baixa inflação foi particularmente visível durante o Verão. Em julho, agosto e setembro, a inflação foi negativa, o que não acontecia desde 2015, e em outubro a taxa foi de 0%, segundo a estimativa rápida do INE. Tal como o Negócios escreveu em agosto, têm sido medidas do Governo - nomeadamente o alargamento dos manuais escolares gratuitos para alunos do segundo ciclo do ensino básico, a descida dos preços da eletricidade decretada pela ERSE e a redução do preço dos passes sociais - a puxar os preços para baixo.
A taxa de inflação portuguesa não tem muito impacto na média do euro uma vez que esta resulta de uma média ponderada consoante a dimensão da economia, mas contribui para manter as pressões inflacionistas "desligadas", como escreve a Comissão Europeia nas previsões de hoje. As projeções da inflação na Zona Euro apontam para uma estabilização nos 1,2% em 2020 e uma curta aceleração para 1,3% em 2021.
Estas projeções reforçam o desafio para Christine Lagarde, a nova presidente do Banco Central Europeu (BCE) - cujo objetivo é uma inflação próxima mas abaixo de 2% -, o qual já estava presente no final do mandato de Mario Draghi quando o Conselho do BCE decidiu lançar um novo pacote de estímulos em setembro.
Além da política monetária do BCE, a taxa da inflação em Portugal também tem importância para o quotidiano dos portugueses. Os preços dos bens estão a aumentar a um ritmo baixo pelo que pode haver ganhos de poder de compra se os rendimentos, nomeadamente os salários, subirem a um ritmo mais elevado.
Além disso, os gastos com rendas ou portagens - que estão indexados à inflação - terão subidas contidas. Contudo, a baixa inflação também tende a dar menos argumentos aos sindicatos e aos trabalhadores para pedirem aumentos salariais nas negociações com as empresas.
A confirmar-se a previsão da Comissão Europeia de uma inflação de 0,3%, este será o crescimento mais baixo dos preços desde 2014, ano em que houve deflação (taxa de inflação de -0,2%). Estes dados têm como base a medida harmonizada da inflação realizada pelo Eurostat para a Zona Euro, a qual difere da inflação divulgada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).
Em Portugal, a baixa inflação foi particularmente visível durante o Verão. Em julho, agosto e setembro, a inflação foi negativa, o que não acontecia desde 2015, e em outubro a taxa foi de 0%, segundo a estimativa rápida do INE. Tal como o Negócios escreveu em agosto, têm sido medidas do Governo - nomeadamente o alargamento dos manuais escolares gratuitos para alunos do segundo ciclo do ensino básico, a descida dos preços da eletricidade decretada pela ERSE e a redução do preço dos passes sociais - a puxar os preços para baixo.
A taxa de inflação portuguesa não tem muito impacto na média do euro uma vez que esta resulta de uma média ponderada consoante a dimensão da economia, mas contribui para manter as pressões inflacionistas "desligadas", como escreve a Comissão Europeia nas previsões de hoje. As projeções da inflação na Zona Euro apontam para uma estabilização nos 1,2% em 2020 e uma curta aceleração para 1,3% em 2021.
Estas projeções reforçam o desafio para Christine Lagarde, a nova presidente do Banco Central Europeu (BCE) - cujo objetivo é uma inflação próxima mas abaixo de 2% -, o qual já estava presente no final do mandato de Mario Draghi quando o Conselho do BCE decidiu lançar um novo pacote de estímulos em setembro.
Além da política monetária do BCE, a taxa da inflação em Portugal também tem importância para o quotidiano dos portugueses. Os preços dos bens estão a aumentar a um ritmo baixo pelo que pode haver ganhos de poder de compra se os rendimentos, nomeadamente os salários, subirem a um ritmo mais elevado.
Além disso, os gastos com rendas ou portagens - que estão indexados à inflação - terão subidas contidas. Contudo, a baixa inflação também tende a dar menos argumentos aos sindicatos e aos trabalhadores para pedirem aumentos salariais nas negociações com as empresas.