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Portugal é o 33.º país mais competitivo, a melhor posição desde 2004

Portugal registou a segunda maior subida no ranking, ultrapassou Espanha e regressou aos lugares onde esteve no início da década passada. Mas ainda há desafios e um particular risco.

23 de Maio de 2018 às 19:00
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Em 2018, Portugal registou a segunda maior subida (seis lugares) no ranking de competitividade do influente instituto de gestão suíça, Institute for Management Development (IMD). A economia portuguesa foi considerada a 33.ª mais competitiva entre 63 países, a melhor posição desde 2004. Mas há um aviso para o futuro: se quiser melhorar, Portugal não pode levar a cabo as reformas previstas para o mercado de trabalho, alerta o estudo divulgado esta quarta-feira, dia 23 de Maio.

"A melhoria de Portugal deve-se ao crescimento na actividade económica assim como uma mudança positiva na percepção da eficiência institucional, incluindo uma maior transparência governamental", explica o comunicado do estudo da IMD. Apenas a Áustria conseguiu uma melhoria superior (sete posições). Portugal destaca-se entre as economias da Europa Ocidental onde apenas Itália e França também melhoraram. 

A evolução da posição de Portugal no ranking nos próximos anos estará fortemente correlacionada com a conjuntura económica na zona euro. Álvaro almeida,
professor na porto business school e coordenador do psd para as finanças públicas
Em declarações ao Negócios, Álvaro Almeida, professor da Porto Business School, parceiro do IMD em Portugal, concretiza: a subida de Portugal no ranking deve-se "sobretudo devido à melhoria da performance macroeconómica (nomeadamente nas vertentes comércio e investimento internacional, crescimento do emprego, redução das taxas de juro, e finanças públicas), à maior robustez do sistema bancário, e a uma melhoria significativa da imagem de Portugal no exterior".

O também coordenador do PSD para as finanças públicas antecipa que "a evolução da posição de Portugal no ranking nos próximos anos estará fortemente correlacionada com a conjuntura económica na zona euro e com o grau de cumprimento das metas orçamentais definidas pelas instituições europeias".

Entre os 260 indicadores que servem para fazer a avaliação, o destaque vai para quatro grandes categorias: Portugal melhorou 13 posições na eficiência nos negócios, nove no desempenho económico, seis na eficiência governamental e um nas infraestruturas. O estudo destaca que Portugal continua a ser atractivo pela competitividade dos custos, a mão-de-obra qualificada, a qualidade das infraestruturas, a mentalidade aberta e atitude positiva, bem como o elevado nível de educação.

Apesar da melhoria significativa, a economia portuguesa ainda se encontra na metade menos competitiva destes 63 países avaliados. Para chegar à metade mais competitiva, a IMD aconselha Portugal a reduzir o défice público de forma estrutural para reduzir a dívida publica, o que conseguirá através de um excedente orçamental "permanente".

Além disso, o estudo indica que é preciso "assegurar a estabilidade do sistema bancário e do mercado de capitais" e "interromper/congelar as reformas previstas para o mercado de trabalho, que irão diminuir a atractividade para a mão-de-obra jovem e qualificada", um tema sensível que a esquerda parlamentar e os parceiros sociais estão neste momento a discutir.

A escola suíça aconselha ainda um pacto entre os partidos para um acordo na "política de educação orientada para o ensino das STEM - Ciências, Tecnologia, Engenharia e Matemática". A última recomendação é para a justiça: a IMS diz que é necessário "reduzir a burocracia e melhorar a eficiência do sistema judicial".

EUA recupera liderança. Holanda destaca-se na Europa

O país da União Europeia e da Zona Euro melhor classificado este ano é a Holanda que arrecadou o 4.º lugar. No top 5, apenas Singapura se manteve em terceiro lugar. O destaque vai para os Estados Unidos que recuperaram a liderança com Donald Trump na Casa Branca, levando Hong Kong a ficar na 2.ª posição. Os lugares cimeiros ficam completos com a Suíça em 5.º lugar.

"No que diz respeito aos demais lugares no top 10 são ocupados, maioritariamente, por países nórdicos - Dinamarca, Noruega  e Suécia (6.º, 8º e 9º lugares respetivamente) – que evidenciam uma boa performance no que respeita à produtividade do setor privado e às práticas de gestão", elogia o instituto, assinalando também a rapidez com que a Áustria e a China estão a melhorar a competitividade das suas economias. 

A IMD diz ainda que "no contexto da Europa Oriental, a maioria das economias veem melhoradas o seu posicionamento, com destaque para as subidas da Polónia, Eslovénia e Hungria, que ascendem 4, 6 e 5 lugares respetivamente", referindo que "a descer no índice da competitividade, estão as economias da República Checa, Estónia e República da Eslováquia".

O ranking da competitividade é elaborado pela escola suíça IMD e conta com a colaboração da Porto Business School. No total são avaliados 260 indicadores: mais de metade correspondem a dados relativos ao emprego e aos negócios e o restante diz respeito a resultados apurados por inquéritos e estudos que analisam factores como a corrupção, preocupações ambientais e qualidade de vida de cada país.
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