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Cristas acusa Centeno de falta de ambição e diz que país está "menos competitivo"
A presidente do CDS-PP declarou esta segunda-feira que o ministro das Finanças é pouco ambicioso e considerou que o país está "menos competitivo" que outros países europeus que atravessaram situações difíceis, pedindo comparações com o "tempo de pós-crise".
"Considero que o país poderia estar muito melhor do que está neste momento. É bom que não nos comparemos apenas com o tempo da crise, mas com aquilo que é um tempo de pós-crise com os outros países, nomeadamente, do espaço europeu, e percebermos que Portugal, afinal, não tem feito tanto quanto eventualmente poderia fazer", defendeu Assunção Cristas, aos jornalistas.
A líder centrista comentava o artigo de opinião do ministro das Finanças, Mário Centeno, publicado hoje no jornal Público, em que advertiu que Portugal não pode voltar a entrar em défice excessivo nem pôr em risco os resultados positivos alcançados na economia portuguesa.
"Basta olhar para outros países, até aqueles que estiveram em situações tão ou mais difíceis do que a nossa, por exemplo a Irlanda, para perceber que estamos menos competitivos, a crescer menos, que baixámos muito de posições nos 'rankings' internacionais", argumentou Assunção Cristas.
A presidente do CDS-PP, que falava à margem de um debate sobre Europa, com Adriano Moreira, na sede do partido, em Lisboa, disse ficar preocupada ao ver o ministro das Finanças "dizer que está tudo bem e não sentir uma vontade de ter um caminho mais ambicioso ao nível da competitividade, ao nível da criação de emprego qualificado, bem remunerado".
"Obviamente quando nos comparamos com os tempos muito duros de uma 'troika' chamada pelo PS com certeza que estamos muito melhor, isso é positivo e tenho-o dito muitas vezes", ressalvou. "Porém, quando nos comparamos com os nossos parceiros europeus, quando olhamos para os números do crescimento económico e competitividade, percebemos que podíamos estar a fazer bastante mais", sublinhou.
Num artigo de opinião publicado hoje no jornal Público, o ministro das Finanças começa por enumerar os resultados positivos da economia portuguesa, destacando o cumprimento "na íntegra" dos compromissos assumidos em 2017. "No final desta legislatura, face às condições iniciais que se caracterizaram por um sistema bancário em crise e em iminente resolução, em que imperava a falta de confiança, o pagamento de juros terá diminuído mais de 800 milhões de euros", dá como exemplo.
Segundo Mário Centeno, "não há nenhum indicador melhor do que este para sintetizar o sucesso da economia e da sociedade portuguesa, porque este é o único que chega mesmo a todos os portugueses". "E, podem crer, não o vamos colocar em risco. Devemos isso a Portugal", frisou o ministro.