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Portugal cresceu 2% em 2019 mas vai abrandar para 1,7% este ano, mantém Bruxelas

Será a procura interna a sustentar o crescimento do PIB português, antecipa a Comissão Europeia. As exportações vão continuar a crescer abaixo do ritmo de subida das importações, avisam os peritos de Bruxelas.

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13 de Fevereiro de 2020 às 10:00
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Portugal deverá ter crescido 2% em 2019, mas tanto este ano como no próximo, a economia nacional deverá abrandar para um ritmo de subida do PIB de 1,7%. As previsões são da Comissão Europeia e mantêm-se inalteradas face à projeção que tinha sido avançada por Bruxelas, em novembro. Os números foram publicados esta quinta-feira, 13 de fevereiro.

"Estima-se que o crescimento económico tenha sido de 2% em 2019 e projeta-se que seja de 1,7% tanto em 2020, como em 2021" lê-se no capítulo referente a Portugal do relatório das Previsões Intercalares de Inverno, da Comissão Europeia.

Os economistas de Bruxelas explicam que, depois de ter travado no terceiro trimestre do ano passado, a economia nacional voltou a crescer ligeiramente mais nos últimos três meses de 2019 (0,4%, em cadeia), mas abaixo do ritmo que tinha sido registado no primeiro semestre do ano (0,6%). Depois, antecipam que o ritmo do quarto trimestre de 2019 se mantenha praticamente inalterado ao longo deste ano e do próximo, o que dará o tal crescimento médio de 1,7%.

Estas projeções económicas superam em uma décima a estimativa do Governo português para 2019, mas ficam aquém das expetativas para este ano - o Ministério das Finanças construiu o Orçamento do Estado para 2020 assumindo que o PIB cresceu 1,9% no ano passado e que esse ritmo se manterá em 2020. Para 2021, Mário Centeno não tem projeções atualizadas.

Procura doméstica puxa pelo PIB

Segundo a Comissão Europeia, será a procura doméstica a puxar pelo crescimento do PIB tanto em 2020 como em 2021, na sequência da tendência que já se vinha desenhando em 2019. "A procura doméstica deverá manter-se o principal motor do crescimento ao longo do horizonte de projeção, enquanto o comércio líquido deverá ter uma influência negativa estável," lê-se no documento.

É que ao longo de 2019 a procura doméstica manteve um crescimento "forte", indicam os peritos, em torno de 3%. Este comportamento reflete, por um lado, um aumento estável do consumo privado e, por outro, a recuperação expressiva do investimento no início do ano, que depois se moderou. Já o comércio internacional tem mostrado um crescimento das importações acima do ritmo das exportações (apesar da recuperação do terceiro trimestre), o que "resulta num contributo líquido mais negativo para o crescimento".

Será este modelo de crescimento que se deverá manter ao longo deste ano e do próximo.

No que diz respeito à produção interna, a Comissão Europeia destaca que o setor da construção cresceu "substancialmente", tendo avançado 8,4% nos primeiros três trimestres do ano passado. Os serviços e a agricultura também suportaram o crescimento, mas a indústria contraiu 0,9% entre janeiro e setembro. 

Salários vão continuar "moderados"

A Comissão Europeia não adianta muito sobre a evolução esperada para os salários este ano e no próximo, mas indica que a expectativa é um ritmo "moderado" e projeta valores baixos para a inflação, de 1% este ano e 1,3% no próximo, mesmo tendo em conta a eliminação dos fatores pontuais que travaram a inflação em 2019.

No ano passado, a inflação foi muito baixa (0,3%) devido ao impacto de decisões administrativas sobre os preços da energia e dos transportes. Além disso, os salários cresceram em torno dos 3% em 2019, mas este aumento não se refletiu nos preços, porque o ritmo de criação de emprego abrandou.

(Notícia atualizada às 10:24)

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