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PIB português aumenta 2,9% com novas regras

De um dia para o outro, o produto interno bruto português aumentou 2,9% devido às alterações contabilísticas introduzidas no Sistema Europeu de Contas 2010. O INE apresenta hoje a revisão da série de 1995 a 2011.

Pedro Elias/Jornal de Negócios
29 de Agosto de 2014 às 11:21
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A variação fica acima das estimativas iniciais divulgadas em Janeiro deste ano, que apontavam para um valor entre 1% e 2%, e dentro do intervalo noticiado hoje pelo Negócios.

 

"Em consequência desta revisão, o PIB de 2011 é reavaliado para cerca de 176,2 mil milhões de euros, o que corresponde a um nível superior em 2,9% ao apurado na anterior base 2006", escreve o Instituto Nacional de Estatística (INE).

 

O INE explica que as revisões em alta do PIB de cada ano entre 1995 e 2011 foram, em média, 2,2%. Os valores mais altos concentram-se no período desde 2001.

 

As alterações obrigam também a rever as taxas de crescimento económico desses 16 anos. Aí as revisões não são significativas, variando entre os -0,6 e os 0,2 pontos.

 

Para já, é apresentada apenas a revisão das Contas Nacionais Anuais, o que significa que o último ano disponível é 2011. Só no dia 8 de Setembro é que será possível conhecer o impacto desta alteração metodológica no PIB deste ano e as respectivas consequências para o esforço de consolidação orçamental e a evolução da dívida pública.

 

Um dos principais factores por trás da revisão da série do PIB é uma alteração na forma como se regista a despesa com Investigação e Desenvolvimento. Antes era considerada consumo intermédio, passará a ser registada como investimento. Quando uma empresa constrói um laboratório para investigação, os resultados prolongam-se no tempo, através de patentes, utilização repetida ou benefícios para a cadeia de produção.

Também a compra de equipamento militar passará a ser contabilizada como investimento. A lógica é a mesma: as armas ou outro equipamento militar não são "consumidas" num só ano ou trimestre. São utilizadas (ou passíveis de utilizar) durante muito tempo. Anteriormente, apenas contava como investimento material militar que pudesse ter utilização civil. Esta alteração significa que os polémicos submarinos de Paulo Portas – Tridente e Arpão – passarão a dar um contributo positivo anual para o PIB, através do consumo de capital. A metodologia das Contas Nacionais considera que um submarino tem um "tempo de vida" de 40 anos, o que poderá significar um impacto de 25 milhões ao ano.

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