O indicador de confiança dos consumidores aumentou em Janeiro e manteve essa tendência em Fevereiro, revelou esta sexta-feira, 26 de Fevereiro, o Instituto Nacional de Estatística (INE). Este mês, o destaque vai, sobretudo, para as perspectivas das famílias relativamente à evolução do desemprego. Refira-se que em Novembro e Dezembro de 2015 a confiança dos consumidores registara uma quebra.

Já o saldo das opiniões sobre a evolução da situação económica do país "diminuiu de forma ténue em Fevereiro", revela o INE. Não se afastou, contudo, do patamar em que se encontra relativamente estável desde Outubro passado, acrescenta a nota elaborada pela entidade responsável em Portugal pelas estatísticas oficiais. As perspectivas relativas à evolução da situação económica do país recuperaram nos últimos dois meses, interrompendo o movimento descendente observado desde Maio.

Os dados do INE revelam que as famílias portuguesas continuam a reagir de forma positiva à devolução de rendimentos, nomeadamente dos cortes na função pública e à redução da sobretaxa do IRS, iniciados em Janeiro. Aliás, segundo as estatísticas hoje conhecidas, há também uma tendência positiva nas opiniões recolhidas sobre a evolução financeira dos agregados familiares e as expectativas das pessoas nesta área não só continuam "a trajectória ascendente observada desde o início de 2013", como estão no máximo desde Setembro de 2000.

Os portugueses estão, por outro lado, mais propensos à poupança. Neste item, o saldo das apreciações continuou a aumentar, à semelhança do que vinha acontecendo nos últimos meses e depois de terem registado uma diminuição significativa em Novembro e Dezembro.

Empresários também mais confiantes

Entre as empresas, a tendência é também positiva. Na construção e obras públicas, que atravessa há algum tempo um período negro, o indicador de confiança recuperou Fevereiro, suspendendo o agravamento observado entre Novembro e Janeiro. Segundo o INE, reflecte sobretudo o contributo positivo das perspectivas de emprego e opiniões sobre a carteira de encomendas.

No comércio o indicador também aumentou em Fevereiro, depois de um desempenho menos bom no mês anterior, depois da euforia habitual das compras de Natal. Destacam-se aqui as expectativas de actividade e as opiniões sobre o volume de stocks.

Aumento ligeiro teve também o sector dos serviços, animado pelas carteiras de encomendas e depois de ter diminuído entre Outubro e Janeiro. Na indústria transformadora o indicador estabilizou, depois de ter aumentado ligeiramente nos dois meses anteriores na sequência de uma diminuição no saldo das opiniões sobre a procura global. 

(Notícia actualizada às 10:20 com mais informação.)