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OCDE: Perspectivas para a economia portuguesa caem para mínimos de três anos
O indicador avançado da OCDE caiu em Janeiro (em termos mensais e homólogos) e ficou ligeiramente abaixo da média de longo prazo pela primeira vez em mais de três anos. Pela frente, pode estar um período de desaceleração ou de contracção da economia.
O Indicador Compósito Avançado da OCDE para Portugal recuou em Janeiro pelo quinto mês consecutivo, ao descer 0,19% face a Dezembro, tendo ainda descido marginalmente, 0,05%, em termos homólogos (face a Janeiro de 2016), fixando-se em 99,94, o valor mais baixo desde Outubro de 2013, ainda estava a troika no país.
A descida do indicador, associada à circunstância deste se encontrar ligeiramente abaixo da média de longo prazo (definida pelo valor 100), sucede pela primeira vez em 38 meses, e aponta para um cenário de desaceleração ou para possibilidade de, dentro de seis a nove meses, se observar uma contracção da actividade económica portuguesa.
O Indicador Compósito Avançado da OCDE é actualizado todos os meses, tendo sido concebido para detectar precocemente sinais de pontos de viragem nos ciclos económicos, dando os seus valores informação apenas qualitativa. Quando ele desce mas ainda está acima de 100, a OCDE considera estar-se perante um provável cenário de desaceleração; quando este desacelera e já está abaixo de 100, pela frente poderá estar uma contracção do PIB.
Os dados qualitatitivos até agora conhecidos relativos ao arranque do ano apontam para uma melhoria da confiança na generalidade dos sectores. Os dados quantitativos do PIB mais recentes referem-se ao último trimestre de 2016, e dão conta de uma significativa aceleração da actividade económica na recta final do ano (2% em termos homólogos). Segundo a Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO), esse bom desempenho "torna menos exigente" o comportamento da economia ao longo deste ano para que o Governo consiga atingir a meta de um crescimento do PIB de 1,5% inscrita no Orçamento do Estado de 2017.