Notícia
Indicador avançado da OCDE para Portugal em mínimos de 2013
O indicador que tenta antecipar pontos de viragem nos ciclos económicos caiu em Fevereiro pelo sexto mês consecutivo.
O Indicador Compósito Avançado da OCDE para Portugal voltou a degradar-se, sinalizando a probabilidade de se observar uma desaceleração ou uma contracção da actividade económica no horizonte de seis a nove meses.
Em Fevereiro, último mês para os quais há dados disponíveis, o indicador sofreu o sexto recuo mensal e o segundo em termos homólogo, ao descer 0,19% face a Janeiro e 0,32% por comparação com Fevereiro do ano passado, fixando-se em 99,74, o valor mais baixo desde Outubro de 2013, ainda estava a troika no país.
O Indicador Compósito Avançado da OCDE é actualizado todos os meses, tendo sido concebido para detectar precocemente sinais de pontos de viragem nos ciclos económicos, dando os seus valores informação apenas qualitativa. Quando ele desce mas ainda está acima de 100, a OCDE considera estar-se perante um provável cenário de desaceleração; quando este desacelera e já está abaixo de 100, pela frente poderá estar uma contracção do PIB.
Os dados quantitativos conhecidos até agora apontam para que a economia portuguesa tenha acelerado durante o primeiro trimestre, embalada pelo bom desempenho observado que recta final do ano. Os economistas consultados pela Bloomberg estão também mais optimistas, esperando um crescimento do PIB de 1,5% este ano, em linha com as estimativas do Governo de António Costa e acima da sua anterior previsão de 1,2%.
Também o Banco de Portugal reviu recentemente em alta a previsão de crescimento para a economia portuguesa de 1,4% para 1,8% este ano. As melhores perspectivas inscritas na actualização de Março das projecções do banco explicam-se por três factores: o melhor final de 2016 e arranque de 2017 (o PIB nacional cresceu 1,4% em 2016, mais duas décimas do que a anterior previsão do banco central), um enquadramento internacional mais favorável, e também com a expectativa de maior dinamismo da economia portuguesa, tanto nas vendas ao exterior, como no investimento. O Banco nota, no entanto, que, ainda assim, a recuperação é lenta, de tal forma que em 2019, Portugal terá um PIB equivalente ao de 2008 - traduzindo uma década perdida para a crise - e de que esta revisão em alta só significa que o país terá um crescimento em linha com o da Zona Euro nos próximos anos. A convergência para a média fica adiada.
Para o conjunto dos países do OCDE e da Zona Euro, o indicador avançado manteve, em Fevereiro, uma tendência de estabilização do ritmo de crescimento da economia, sendo esse o caso, em particular, de França, Itália e Japão. Já em relação aos Estados Unidos e Alemanha, o indicador antecipa uma aceleração da actividade nos próximos seis a nove meses.
(Correcção: O indicador caiu em Fevereiro para 99,74 e não para 99,94)