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OCDE já só espera crescimento de 0,6% na Zona Euro este ano

Manutenção de condições financeiras restritivas vai continuar a limitar espaço da moeda única na primeira metade deste ano.

Economia da Zona Euro terá contraído 0,1% entre julho e setembro, face aos três meses anteriores, com Portugal a cair ainda mais.
Yves Herman/Reuters
05 de Fevereiro de 2024 às 10:03
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O crescimento da Zona Euro não deverá ir neste ano além de 0,6%, mantendo a moderação face aos 0,5% de subida do PIB de 2023, indica a Organização para a Cooperação e Económica e Desenvolvimento (OCDE) em novas projeções para o andamento das principais economias mundiais divulgadas nesta segunda-feira.

 

Depois de na passada semana o Fundo Monetário Internacional ter revisto em baixo as previsões de crescimento no euro, para 0,9%, é agora a OCDE a baixar expectativas ao mesmo tempo que avisa que, de uma forma geral, o crescimento deverá ainda ser moderado com o nível de juros elevado ainda a pesar nos mercados de crédito e o comércio internacional a ter uma evolução limitada. Os ataques no Mar Vermelho, em particular, podem pressionar os preços, acredita a organização.

 

Assim, ao invés dos 0,9% de subida do PIB da Zona Euro que previa até aqui, a OCDE passa a projetar 0,6%. Já para 2025, a expectativa é de um crescimento de 1,3%.

 

"Os resultados foram mais fracos em muitas economias avançadas, particularmente na Europa, refletindo a importância relativa do financiamento bancário e a continuação dos efeitos adversos do choque dos preços da energia", reflete a publicação da OCDE.

 

Segundo a organização, é esperado que a dinâmica da Zona Euro permaneça fraca durante a primeira metade de 2024, com a recuperação a firmar-se apenas a partir do verão à medida que os rendimentos reais são reforçados, apoiando a procura.

Nas previsões agora divulgadas, a economia alemã não deverá crescer mais do que 0,3% neste ano, avançando 1,1% em 2025. Já a economia francesa poderá crescer 0,6% neste ano e 1,2% no próximo.

 

Neste novo outlook, a projeção de Itália fica inalterada (0,7% de crescimento neste ano e 1,2% no próximo), enquanto Espanha conhece uma ligeira revisão em alta na previsão de crescimento deste ano – para 1,5% - e mantém os 2% previstos para 2025.

Pressões sobre preços ainda podem aumentar

A inflação média anual na Zona Euro é, apesar de tudo, revista em baixa, com a OCDE a projetar 2,6% de subida média de preços neste ano e 2,2% em 2025. As previsões para a inflação subjacente – sem efeito de preços de bens energéticos ou de produtos alimentares – são iguais.

 

A organização reconhece que o processo de descida de inflação tem sido mais acelerado do que o esperado, mas ainda deixa alertas afirmando que "é demasiado cedo para haver certeza de que as pressões de preços subjacentes estão totalmente contidas". "As condições do mercado de trabalho ficaram mais equilibradas, mas o crescimento dos custos unitários do trabalho permanece de uma forma geral acima de taxas compatíveis com os objetivos de médio-prazo da inflação", diz.

 

Por outro lado, há a ameaça de os conflitos nos Médio Oriente pressionarem de novo os preços da energia, com os ataques no Mar Vermelho a poderem também exercer pressões nos preços.

 

Segundo a OCDE, "tal como se viu na pandemia e imediatamente a seguir, a subida dos fretes do transporte marítimo aumentarão os custos, especialmente dos bens".  A organização estima que o recente aumento para o dobro dos custos na navegação, caso seja persistente, conduza a um aumento dos preços de importação em cinco pontos percentuais, resultando em 0,4 pontos percentuais de inflação adicional nos preços para os consumidores.

 

"A política monetária deve manter-se prudente para assegurar que as pressões inflacionistas subjacentes são contidas de forma duradoura. Há espaço para reduzir as taxas de juro diretoras à medida que a inflação diminui, mas a orientação da política deve manter-se restritiva na maior parte das principais economias por algum tempo", recomenda a publicação.

 

Neste quadro em que a Zona Euro persiste com o pior lastro das maiores economias, o crescimento mundial é ainda assim revisto em alta pela OCDE. A organização espera agora 2,9% de subida do PIB mundial neste ano e 3% em 2025 (as previsões para o G20 são iguais). Apesar da melhoria face às projeções anteriores, o ritmo de crescimento previsto representa ainda abrandamento face à estimativa de 3,1% de melhoria no PIB mundial em 2023.

 

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