Notícia
Mais pessimista do que o Governo e Bruxelas, OCDE vê inflação a atingir 6,3% este ano
Estimativa apontada pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico para este ano é quase quatro vezes superior à divulgada em dezembro, numa altura em que a guerra na Ucrânia e a escalada da inflação ainda não se faziam sentir. A concretizar-se, será o valor mais elevado desde 1993.
A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) antecipa que a inflação anual em Portugal vai disparar para 6,3% este ano, antes de recuar para 4% em 2023. A estimativa apontada para este ano é quase quatro vezes superior à divulgada anteriormente e, a concretizar-se, será a mais elevada desde 1993.
"Projeta-se que a inflação aumente para 6,3% em 2022, antes de abrandar para 4% em 2023, à medida que os preços elevados de energia e alimentos vão diminuindo pouco a pouco ao longo do ano", lê-se nas previsões económicas divulgadas esta quarta-feira pela OCDE.
As estimativas avançadas ficam acima bastante acima das anteriormente divulgadas pela OCDE, em dezembro. Numa altura em que a guerra da Ucrânia e a escalada da inflação ainda não se faziam sentir, a organização liderada por Mathias Cormann previa que o índice de preços ao consumidor se fixasse em 1,7% este ano e caísse para 1,1% no próximo.
Agora, as novas previsões da OCDE para a inflação são bastante superiores às avançadas em abril pelo Governo, que se apoiou "na melhor informação até à data". O Ministério das Finanças prevê que a inflação irá atingir os 4% este ano, em linha com as estimativas do Banco de Portugal e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
As projeções da OCDE são ainda mais pessimistas do que as do Conselho de Finanças Públicas (3,9%), que já veio alertar que a inflação prevista pelo Governo está desatualizada, tendo sido já ultrapassada pela realidade, e do que a previsão da Comissão Europeia, que apontou em maio para que a inflação anual chegue em Portugal aos 4,4%.
Os 4% projetados pela OCDE para 2023 estão igualmente acima das previsões das outras instituições económicas nacionais e internacionais. A mais pessimista é a do Conselho de Finanças Públicas e é de apenas 2,2%.
Aumentos salariais não serão "suficientes" para proteger poder de compra
Apesar de o Governo ter mostrado reticências em mexer nos salários com o argumento de que tal iria criar "uma espiral inflacionista" como aconteceu nos anos 70 e 80, a instituição sediada em Paris chama a atenção para a degradação significativa do poder de compra que se deverá registar já este ano.
Sublinhando que "os preços ao consumidor aumentaram 8,1% no ano até maio", a OCDE considera que "as pressões sobre os preços tornaram-se mais amplas" e ameaçam o poder de compra dos portugueses e a retoma económica nacional
A OCDE sublinha que a subida da inflação deverá "reduzir os salários reais", apesar dos aumentos previstos nas horas trabalhadas com o fim dos confinamentos. "Os salários vão acelerar à medida que as horas trabalhadas atingirem níveis pré-pandemia, mas não o suficiente para proteger o poder de compra das famílias contra o aumento da inflação", avisa.
Considera ainda que, "para limitar os efeitos da subida rápida da inflação com um custo mínimo, os apoios orçamentais devem ser temporários e direcionados aos mais vulneráveis".
"Projeta-se que a inflação aumente para 6,3% em 2022, antes de abrandar para 4% em 2023, à medida que os preços elevados de energia e alimentos vão diminuindo pouco a pouco ao longo do ano", lê-se nas previsões económicas divulgadas esta quarta-feira pela OCDE.
As estimativas avançadas ficam acima bastante acima das anteriormente divulgadas pela OCDE, em dezembro. Numa altura em que a guerra da Ucrânia e a escalada da inflação ainda não se faziam sentir, a organização liderada por Mathias Cormann previa que o índice de preços ao consumidor se fixasse em 1,7% este ano e caísse para 1,1% no próximo.
Agora, as novas previsões da OCDE para a inflação são bastante superiores às avançadas em abril pelo Governo, que se apoiou "na melhor informação até à data". O Ministério das Finanças prevê que a inflação irá atingir os 4% este ano, em linha com as estimativas do Banco de Portugal e pelo Fundo Monetário Internacional (FMI).
As projeções da OCDE são ainda mais pessimistas do que as do Conselho de Finanças Públicas (3,9%), que já veio alertar que a inflação prevista pelo Governo está desatualizada, tendo sido já ultrapassada pela realidade, e do que a previsão da Comissão Europeia, que apontou em maio para que a inflação anual chegue em Portugal aos 4,4%.
Os 4% projetados pela OCDE para 2023 estão igualmente acima das previsões das outras instituições económicas nacionais e internacionais. A mais pessimista é a do Conselho de Finanças Públicas e é de apenas 2,2%.
Aumentos salariais não serão "suficientes" para proteger poder de compra
Apesar de o Governo ter mostrado reticências em mexer nos salários com o argumento de que tal iria criar "uma espiral inflacionista" como aconteceu nos anos 70 e 80, a instituição sediada em Paris chama a atenção para a degradação significativa do poder de compra que se deverá registar já este ano.
Sublinhando que "os preços ao consumidor aumentaram 8,1% no ano até maio", a OCDE considera que "as pressões sobre os preços tornaram-se mais amplas" e ameaçam o poder de compra dos portugueses e a retoma económica nacional
A OCDE sublinha que a subida da inflação deverá "reduzir os salários reais", apesar dos aumentos previstos nas horas trabalhadas com o fim dos confinamentos. "Os salários vão acelerar à medida que as horas trabalhadas atingirem níveis pré-pandemia, mas não o suficiente para proteger o poder de compra das famílias contra o aumento da inflação", avisa.
Considera ainda que, "para limitar os efeitos da subida rápida da inflação com um custo mínimo, os apoios orçamentais devem ser temporários e direcionados aos mais vulneráveis".