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INE confirma PIB a crescer 4,9% no segundo trimestre à boleia da procura interna

A economia nacional acelerou a retoma no segundo trimestre deste ano, impulsionada pelo desconfinamento das atividades. Procura interna deu o maior contributo.

Desde 1999 que não se verificava uma tão acentuada descida no consumo das famílias.
António Pugliese
31 de Agosto de 2021 às 11:09
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A economia portuguesa cresceu 4,9% no segundo trimestre deste ano, quando comparado com os primeiros três meses de 2021, confirmou esta terça-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE). A aceleração da retoma é explicada pelo desconfinamento das atividades económicas, que impulsionaram a procura interna, adianta o organismo de estatísticas.

"O PIB aumentou 4,9% em volume, mais que compensando a variação em cadeia negativa (-3,2%) observada nesse trimestre. Esta evolução reflete os impactos económicos da pandemia, tendo-se verificado, no início do ano, um confinamento geral, seguindo-se um plano de reabertura gradual a partir de meados de março", assinala o boletim do INE, confirmando assim os valores que tinham sido adiantados na estimativa preliminar, de 30 de julho.

Em termos homólogos, o crescimento atingiu os 15,5%, mas o INE sublinha que este número está afetado por um efeito de base de comparação, já que o segundo trimestre de 2020 coincidiu em grande medida com a primeira vaga de covid-19. Há um ano, os países procederam a um primeiro confinamento estrito e coordenado, tendo-se verificado uma quebra histórica da atividade económica.

Procura interna puxa pelo PIB
Segundo o INE, a aceleração da retoma verificada no segundo trimestre contou com um "contributo positivo expressivo da procura interna", que tinha sido negativa nos primeiros três meses do ano. Entre abril e junho, a procura interna (que engloba o consumo e o investimento) deu um contributo de 5,4 pontos percentuais para o crescimento do PIB.

Mas o comportamento do consumo foi diferente do do investimento. As despesas de consumo das famílias cresceram 8,8%, quando entre janeiro e março tinham caído 4,2%. Os gastos com bens duradouros aumentaram 12,5% (tinham caído 10,6% no primeiro trimestre) e as compras de outro tipo de bens e serviços subiram 8,4% (contra uma queda de 3,5% nos primeiros meses do ano).

Já o investimento total caiu 3,2% e a formação bruta de capital fixo recuou 2,1%. A quebra mais acentuada verificou-se no equipamento de transporte (-7,6%) mas o investimento em máquinas e equipamentos e em construção também recuou. 

Do lado da procura externa líquida (que contabiliza o impacto das exportações, deduzidas das importações), houve melhoria mas o contributo manteve-se negativo. Os dados mostram um impacto de -0,4 pontos percentuais no segundo trimestre, abaixo dos -1,1 pontos do primeiro trimestre.

O INE explica que as exportações totais diminuíram menos no segundo trimestre (caíram 2%, contra os 2,6% registados até março), mas houve um comportamento diferente entre bens e serviços. Enquanto as exportações de bens caíram 5,2%, as de serviços recuperaram 9,6%.

Nas compras ao exterior houve uma queda de 0,8%, justificada pela redução das importações de bens, já que nos serviços houve uma subida de 8,6%.

(Notícia atualizada às 11:35 com mais informação)
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