Notícia
INE confirma PIB a crescer 1,8% com investimento a travar
Apesar do abrandamento na Zona Euro, e do aumento das incertezas sobre a economia mundial, a atividade económica em Portugal continua a mostrar sinais de resiliência.
A economia portuguesa cresceu 1,8% no segundo trimestre deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2018, confirmou o Instituto Nacional de Estatística (INE), esta sexta-feira, 30 de agosto. Face aos primeiros três meses deste ano, o PIB aumentou 0,5%.
Segundo o organismo de estatísticas, o investimento desacelerou, ditando um contributo menor da procura interna para o crescimento. Já a procura externa líquida deu um contributo menos negativo do que o verificado no primeiro trimestre do ano, uma vez que as importações abrandaram mais do que as exportações.
No primeiro trimestre do ano, a subida do investimento esteve relacionada, em grande medida, com a reposição de stocks por parte das empresas. Seria de esperar que as empresas não continuassem a repor os seus stocks, ditando um abrandamento do investimento total. No entanto, o INE diz que não foi só esse o motivo da travagem. "A formação bruta de capital fixo total determinou em grande medida esta desaceleração, passando de um crescimento homólogo de 11,8% para 6,9% no segundo trimestre," lê-se no boletim do INE.
Já a variação de existências deu um contributo negativo, de uma décima, quando no primeiro trimestre tinha ajudado positivamente, com quatro décimas.
O organismo de estatísticas adianta ainda que foi a travagem no investimento de máquinas e outros equipamentos que mais contribuiu negativamente para o abrandamento da formação bruta de capital fixo total, juntamente com a travagem na construção. Em contrapartida, tanto o investimento em equipamento de transporte como em produtos de propriedade intelectual tiveram um bom desempenho.
O comportamento do investimento ao longo deste ano será determinante para o cumprimento da meta de crescimento definida pelo Governo, de 1,9%, já que este é um dos motivos que explica que a projeção do Executivo seja mais otimista do que a de organismos como o Conselho das Finanças Públicas, ou a Comissão Europeia, que esperam um avanço no PIB de 1,6% e de 1,7%, respetivamente.
O Governo está confiante de que a chegada ao terreno dos fundos comunitários do Portugal 2020 vai acelerar o investimento nacional, mas para que isso aconteça é preciso que as incertezas e expectativas em torno da conjuntura internacional não se degradem demasiado.
Famílias compram menos carros
Quem está mais cauteloso são as famílias. O INE dá conta de uma quebra no consumo de bens duradouros, que passou de um crescimento homólogo de 3,1% no primeiro trimestre, para uma contração de 0,2% no segundo. Nesta categoria de bens estão, por exemplo, os automóveis cuja retração nas compras deu um importante contributo, adianta o INE. Também estão incluídos nesta categoria de bens, por exemplo, os eletrodomésticos.
Já o consumo de bens não duradouros, como comida, por exemplo, teve um ligeiro abrandamento, de 2,3% para 2,2%. No total, o consumo privado travou para 1,9% em termos homólogos, do aumento de 2,3% que tinha sido verificado nos primeiros três meses do ano.
Exportações de serviços travam a fundo
Com o investimento e o consumo privado a travar, as importações abrandaram significativamente – ainda mais do que as exportações, cuja travagem já seria de esperar, devido à quebra da procura global associada à guerra comercial, ao Brexit e à instabilidade política.
O INE diz que as compras ao exterior passaram de uma subida homóloga de 8,1% no primeiro trimestre, para um aumento de 3,1% no segundo. Comparando em termos trimestrais, verificou-se mesmo uma contração, de 2,1%.
Do lado das exportações, o crescimento homólogo passou de 3,7% para 2%. Na análise por tipo de exportação salta à vista a travagem a fundo dos serviços, que passaram de um crescimento de 4,6%, para apenas 0,8%. Nesta categoria encaixa, por exemplo, o turismo, que tem sido um importante motor da atividade económica mas que ao longo deste ano tem abrandado, com o aumento da concorrência de outros mercados.
Já as exportações de bens, que têm o maior peso nas vendas que o país faz ao exterior, aumentaram 2,4% em termos homólogos, depois de terem crescido 3,4% no primeiro trimestre do ano.
(Notícia atualizada às 11:52, com mais informação)
Segundo o organismo de estatísticas, o investimento desacelerou, ditando um contributo menor da procura interna para o crescimento. Já a procura externa líquida deu um contributo menos negativo do que o verificado no primeiro trimestre do ano, uma vez que as importações abrandaram mais do que as exportações.
Já a variação de existências deu um contributo negativo, de uma décima, quando no primeiro trimestre tinha ajudado positivamente, com quatro décimas.
O organismo de estatísticas adianta ainda que foi a travagem no investimento de máquinas e outros equipamentos que mais contribuiu negativamente para o abrandamento da formação bruta de capital fixo total, juntamente com a travagem na construção. Em contrapartida, tanto o investimento em equipamento de transporte como em produtos de propriedade intelectual tiveram um bom desempenho.
O comportamento do investimento ao longo deste ano será determinante para o cumprimento da meta de crescimento definida pelo Governo, de 1,9%, já que este é um dos motivos que explica que a projeção do Executivo seja mais otimista do que a de organismos como o Conselho das Finanças Públicas, ou a Comissão Europeia, que esperam um avanço no PIB de 1,6% e de 1,7%, respetivamente.
O Governo está confiante de que a chegada ao terreno dos fundos comunitários do Portugal 2020 vai acelerar o investimento nacional, mas para que isso aconteça é preciso que as incertezas e expectativas em torno da conjuntura internacional não se degradem demasiado.
Famílias compram menos carros
Quem está mais cauteloso são as famílias. O INE dá conta de uma quebra no consumo de bens duradouros, que passou de um crescimento homólogo de 3,1% no primeiro trimestre, para uma contração de 0,2% no segundo. Nesta categoria de bens estão, por exemplo, os automóveis cuja retração nas compras deu um importante contributo, adianta o INE. Também estão incluídos nesta categoria de bens, por exemplo, os eletrodomésticos.
Já o consumo de bens não duradouros, como comida, por exemplo, teve um ligeiro abrandamento, de 2,3% para 2,2%. No total, o consumo privado travou para 1,9% em termos homólogos, do aumento de 2,3% que tinha sido verificado nos primeiros três meses do ano.
Exportações de serviços travam a fundo
Com o investimento e o consumo privado a travar, as importações abrandaram significativamente – ainda mais do que as exportações, cuja travagem já seria de esperar, devido à quebra da procura global associada à guerra comercial, ao Brexit e à instabilidade política.
O INE diz que as compras ao exterior passaram de uma subida homóloga de 8,1% no primeiro trimestre, para um aumento de 3,1% no segundo. Comparando em termos trimestrais, verificou-se mesmo uma contração, de 2,1%.
Do lado das exportações, o crescimento homólogo passou de 3,7% para 2%. Na análise por tipo de exportação salta à vista a travagem a fundo dos serviços, que passaram de um crescimento de 4,6%, para apenas 0,8%. Nesta categoria encaixa, por exemplo, o turismo, que tem sido um importante motor da atividade económica mas que ao longo deste ano tem abrandado, com o aumento da concorrência de outros mercados.
Já as exportações de bens, que têm o maior peso nas vendas que o país faz ao exterior, aumentaram 2,4% em termos homólogos, depois de terem crescido 3,4% no primeiro trimestre do ano.
(Notícia atualizada às 11:52, com mais informação)