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Economia portuguesa cresceu mais em 2016, 2017 e 2018

A duas semanas das eleições, o Governo pode apresentar crescimentos do PIB maiores do que o previsto até agora. Em causa está a atualização da base das Contas Nacionais por parte do INE.

EPA
23 de Setembro de 2019 às 12:26
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A atualização das estatísticas feita pelo INE esta segunda-feira, 23 de setembro, mostra que houve mais crescimento económico durante a atual legislatura do que anteriormente calculado. O destaque vai para o ano de 2017, que já tinha sido o de maior crescimento, em que o PIB afinal deu um salto de 3,5% (2,8% na base anterior).

Em causa está uma revisão da base das Contas Nacionais que passa de 2011 para 2016. "Esta mudança de base insere-se nas revisões regulares, que se realizam de 5 em 5 anos, com o objetivo de introduzir desenvolvimentos metodológicos e incorporar resultados de fontes cuja disponibilização de informação tem uma frequência mais baixa que a anual, visando dessa forma obter uma representação mais exata da atividade económica", explica o Instituto Nacional de Estatística (INE).

Estes novos dados resultam, portanto, de uma revisão programada e regular, mas ganham maior importância por chegarem a duas semanas das eleições e mostrarem uma evolução mais positiva do PIB nos últimos três anos, ou seja, durante a governação do atual Executivo que se recandidata. Tal como é possível ver no gráfico, há algumas diferenças pequenas noutros anos, mas as principais estão concentradas em 2016, 2017 e 2018. 

Em 2016, o PIB cresceu 2%, acima dos 1,9% anteriormente estimados. Mas foi no ano seguinte que a diferença se revelou maior: o PIB cresceu 3,5%, mais sete décimas de que os 2,8% anteriormente calculados e que já eram o maior crescimento da economia portuguesa desde o início deste século. Esta revisão em alta deve-se a um maior investimento, principalmente na construção.

"Na revisão do nível do PIB de 2017 em 0,7%, aproximadamente 0,5 pontos percentuais (p.p.) correspondem a uma revisão em alta da Formação bruta de capital, essencialmente FBCF em construção e variação de existências, e 0,2 p.p. à revisão dos dados do comércio internacional de bens e serviços, particularmente das exportações de serviços", explica o gabinete de estatísticas. 

O crescimento de 2018 também foi revisto em alta de 2,1% para 2,4%, mas manteve-se (e até se acentuou) a desaceleração da economia face a 2017. O maior contributo para a revisão em alta foi dado pelo investimento, seguido do consumo privado. No final, o PIB fechou o ano passado com 203.896 milhões de euros, mais 2,2 mil milhões de euros do que o calculado anteriormente. 

Neste destaque é de referir também que o PIB per capita aproximou-se dos 20 mil euros. Segundo o INE, "o PIB per capita atingiu um valor próximo de 20 mil euros em 2018, apresentando taxas de crescimento nominal superiores a 4% desde 2015".
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