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Guerras e condições climáticas extremas entre os maiores riscos globais em 2025

Relatório do Fórum Económico Mundial aponta para um maior pessimismo entre os líderes inquiridos no curto e longo prazo. Cenário global "turbulento ou tempestuoso" deverá manter-se até 2035. Em Portugal, a escassez de mão de obra lidera como risco mais urgente em 2025.

Wael Hamzeh/Epa
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Os conflitos armados entre Estados, as condições climáticas extremas e a confrontação geopolítica são os três maiores riscos globais identificados para este ano no Global Risks Report, divulgado esta quarta-feira pelo Fórum Económico Mundial. Em comparação com o relatório de 2024, os inquiridos estão menos otimistas e antecipam um cenário global "turbulento ou tempestuoso" até 2035.

O relatório sintetiza as opiniões de mais de 900 líderes globais, com atividade empresarial, governamental, académica ou que são membros da sociedade civil, sobre os riscos que antecipam para o próximos anos. Em termos gerais, há um maior pessimismo a curto e longo prazo. No curto prazo, mais de metade dos inquiridos esperam "alguma instabilidade dentro de dois anos, refletindo a crescente fragmentação da cooperação internacional".

Os conflitos armados entre Estados lideram as preocupações dos entrevistados. Ao todo, 23% consideram que esse é o risco global mais urgente para 2025, devido sobretudo à escalada tanto na guerra na Ucrânia como em Gaza. Seguem-se as condições climáticas extremas, que são o maior risco para 14% dos inquiridos, e a confrontação geopolítica (8%), numa altura de maior fragmentação geopolítica.

Já a desinformação (7%) e polarização social (6%) fecham o top 5 de principais riscos globais para 2025. No top 10, encontram-se ainda os riscos de recessão económica, erosão dos direitos humanos e as desigualdades.

Numa análise a curto prazo, a desinformação e a informação incorreta mantêm-se entre os principais riscos pelo segundo ano consecutivo. Segundo o Fórum Económico Mundial, isso resulta da "ameaça persistente à coesão social e à governação", que tem "minado a confiança e ao exacerbar divisões dentro e entre nações". Além disso, esta é uma preocupação cada vez maior dado o robustecimento da inteligência artificial (IA).

Já o cenário a longo prazo é marcado por "riscos tecnológicos relacionados com a desinformação, a informação incorreta e os resultados adversos das tecnologias de inteligência artificial". As maiores preocupação vão, no entanto, para a possibilidade de eventos climáticos extremos, perda de biodiversidade e colapso dos ecossistemas, e a mudança crítica no planeta. 

Escassez de mão de obra lidera riscos em Portugal 

O relatório do Fórum Económico Mundial revela ainda que, no caso português, a escassez de mão de obra e/ou talento é a principal preocupação dos inquiridos. A imigração tem dado uma ajuda para resolver este problema, mas tem sido insuficiente para dar resposta à procura por mão de obra em áreas críticas como a agricultura e construção. Por outro lado, essa escassez de talento é resultado também da "fuga de cérebros" para o estrangeiro.

A segunda maior preocupação nacional é a possibilidade de uma estagnação ou contração económica, numa altura em que os principais parceiros comerciais de Portugal estão a lidar com graves crises económicas. A fechar o pódio, está o risco de insuficiência nos serviços públicos e proteção social. Já a pobreza e a dívida pública completam o top 5 de maiores riscos apontados em Portugal.

O relatório do Fórum Económico Mundial, preparado pela Marsh McLennan e pela Zurich, surge dias antes do Fórum Mundial de Davos, que está marcado para os dias 20 a 24 de janeiro nessa cidade suíça.

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