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Fórum para a Competitividade volta a cortar nas previsões do PIB, mas ainda pode ir aos 2%

Um arranque de terceiro trimestre menos dinâmico, apesar de alguma recuperação em agosto, o alívio no IRS nos próximos meses e mais descidas nas taxas de juro do BCE apoiarão o PIB, mas não o suficiente para níveis de crescimento acima de 2%. O próximo ano pode ser melhor.

População portuguesa ultrapassou o marco dos 10,6 milhões em 2023, o que corresponde a cerca de 2% da população residente da UE e 3% da população da Zona Euro.
João Cortesão
04 de Setembro de 2024 às 10:22
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A economia portuguesa pode chegar a ter um crescimento entre 1,5% e 2% no conjunto deste ano, avança o Fórum para a Competitividade que já nas notas anteriores apontava para sucessivas revisões em baixa.

Na nota de conjuntura de agosto, o gabinete de estudos liderado por Pedro Braz Teixeira, aponta para que no "conjunto do ano, o crescimento deverá situar-se entre 1,5% e 2%, podendo melhorar um pouco em 2025, se entretanto os significativos riscos internacionais e nacionais não se materializarem."

O Fórum para a Competitividade explica que "nos próximos meses, a economia pode beneficiar de algum alívio do IRS e do suplemento sobre as pensões a pagar em outubro, mas, sobretudo pela descida das taxas de juro pelo BCE." Recorde-se que só pelo lado do IRS, as famílias terão um rendimento líquido superior. O alívio global apontado pelo Governo é de 650 milhões de euros até ao final do ano.

Do lado das pensões, com o suplemento extraordinário para as reformas mais baixas, serão mais 422 milhões de euros nos bolsos dos pensionistas.

O gabinete de estudos refere, no entanto, dois riscos que podem pesar negativamente nas previsões: "o enfraquecimento da conjuntura internacional bem como a incerteza associada à aprovação do orçamento para 2025 e as implicações políticas que poderá desencadear poderão gerar algum retraimento, sobretudo no caso do investimento."

Um OE com menos margem

Para o Fórum, "a deterioração da conjuntura internacional deve trazer alguma deceção ao cenário macroeconómico para 2025, apesar das descidas de taxas de juro pelo BCE" esperadas para os próximos meses. E lembra que "uma conjuntura menos favorável dificulta a execução de 2024 e retira margem negocial ao próximo orçamento."

O economista Pedro Braz Teixeira recorda que "a execução até julho trouxe algumas novidades favoráveis", com receita muito expressiva, sobretudo do IRC. No entanto, sublinha que "a partir de setembro a receita de IRS deverá ressentir-se de forma pronunciada da diminuição de imposto" com a entrada em vigor das novas tabelas de retenção na fonte.

Por outro lado, o gabinete acredita que "mesmo que o Orçamento do Estado não seja aprovado e que seja necessário funcionar com duodécimos em 2025, não é evidente que isso redunde na convocação de eleições antecipadas, podendo haver acordos para questões muito específicas como os aumentos na função pública e a atualização das tabelas do IRS, como os socialistas já sinalizaram."

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