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Fórum para a Competitividade vê crescimento do PIB a abrandar para "entre 1,25% a 1,75%" este ano

Entidade liderada por Pedro Ferraz da Costa indica que "as dificuldades e incertezas acentuaram-se" e Portugal não deve ficar "à espera de uma recuperação externa plena que não chegará". Para o "think tank", é "mais imperioso" concretizar as reformas estruturais necessárias para atingir o crescimento potencial e convergir com a UE.

Miguel Baltazar
21 de Abril de 2023 às 14:10
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O Fórum para a Competitividade antecipa "um forte abrandamento" da economia este ano, para valores "entre 1,25% a 1,75%". A previsão é menos otimista do que a do Ministério das Finanças e é explicada pela "deterioração da conjuntura internacional" e pela "falta de reformas estruturais" para pôr Portugal a crescer mais e a convergir com a União Europeia.

"O Fórum para a Competitividade estima um forte abrandamento do crescimento, de 6,7% em 2022 para entre 1,25% a 1,75% em 2023 e entre 1% e 2% em 2024", refere a entidade liderada por Pedro Ferraz da Costa, num documento com as "perspetivas empresariais" relativas ao primeiro trimestre deste ano, divulgado esta sexta-feira.

A organização indica que, "no curto prazo, as dificuldades e incertezas acentuaram-se", nomeadamente "as tensões geopolíticas elevadas, o abrandamento da economia mundial, a crise energética, a resistência da inflação a ser domesticada, a subida das taxas de juro e dos diferenciais de crédito, a recente turbulência bancária e políticas orçamentais a tornarem-se mais restritivas". 

Face a isso, defende que "a deterioração" da conjuntura internacional de médio prazo não permite que o país fique "à espera de uma recuperação externa plena que não chegará" e tal torna "mais imperioso" concretizar as reformas estruturais que "não tem havido nos últimos sete anos". Caso contrário e a manterem-se as políticas atuais, "Portugal deverá ser a terceira economia mais lenta da UE, só um pouco melhor do que a Itália e a Grécia" até 2028, sinaliza.

No que toca à inflação, o Fórum para a Competitividade estima "um abrandamento da inflação nacional, de 7,8% em 2022 para entre 4,5% e 6% em 2023 e 2% e 3,5% em 2024", mas alerta que, nos próximos trimestres, "o comportamento da OPEP+", com o corte na produção de petróleo, será "um dos obstáculos para a descida continuada" dos preços no consumidor.

Com a economia a "crescer abaixo do potencial" este ano e no próximo, o Fórum para a Competitividade prevê também "um aumento ligeiro da taxa de desemprego, de 6% em 2022 para entre 6,5% para 7% em 2023". Já no próximo ano, o "think tank" estima que a taxa de desemprego deverá manter-se nesse intervalo, entre 6,5% e 7%.

"Se definíssemos como meta convergir com a média da UE nos próximos 15 anos em termos do peso do emprego nas grandes empresas, isso aumentaria o PIB em 12%, cerca de 0,8% ao ano, o que corresponde a quase metade do atual potencial de crescimento", defende o Fórum para a Competitividade.
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