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FMI baixa estimativas de crescimento global para 3,2%. E diz que cenário pode piorar

O FMI está mais pessimista e piorou tanto as estimativas de crescimento como as de inflação. E avisa que o cenário é altamente incerto e que pode haver mais revisões em baixa. Basta que parte dos riscos se materializem - como um corte abrupto do fornecimento do gás russo - para que o ritmo de crescimento do PIB mundial trave para dos mais baixos desde 1970.

O Fundo Monetário admite que as regras orçamentais de nada serviram para evitar montanhas de dívida, mas defende que devem existir para credibilizar os Estados.
Yuri Gripas/Reuters
26 de Julho de 2022 às 14:00
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O Fundo Monetário Internacional (FMI) piorou as suas estimativas de crescimento económico e de inflação, esperando agora que o PIB mundial cresça 3,2% e que os preços subam 6,6% nas economias avançadas.


Na atualização do ‘World Economic Outlook’ divulgado nesta terça-feira, 26 de julho, o FMI reviu em baixa a estimativa de crescimento da economia global, esperando que o PIB mundia cresça menos 0,4 pontos percenutais do que o esperado em abril. 


Depois de uma recuperação de 6,1% no ano passado, a expectativa é que a economia abrande o ritmo de crescimento este ano, avançando 3,2%, e trave novamente em 2023. Para o próximo ano, o Fundo antecipa um crescimento de 2,9%. 


Para justificar a revisão em baixa, o Fundo frisa que "o produto global contraiu-se no segundo trimestre deste ano", o primeiro recuo desde 2020, primeiro ano da pandemia de covid-19, devido aos recuos nas economias da China e da Rússia, mas também ao facto de o consumo nos Estados Unidos ter ficado aquém do esperado. "Vários choques têm afetado a economia mundial, que já estava enfraquecida pela pandemia", lembra a instituição internacional.

A pesar no crescimento está a inflação elevada (especialmente nos Estados Unidos e nas maiores economias europeias) e o apertar das condições de financiamento, uma travagem a fundo na China com os confinamentos à boleia da covid-19 e os efeitos de contágio da guerra na Ucrânia. 


Em relação à inflação, a entidade liderada por Kristalina Georgieva está também mais pessimista. Nas economias avançadas, a instituição sediada em Washington antecipa que os preços subam 6,6% este ano. Mas o cenário "é ainda mais preocupante" nas economias emergentes, onde a estimativa é de uma inflação de 9,5%. As revisões em alta são de 0,8 e de 0,9 pontos percentuais, respetivamente. 


Nunca os riscos para a economia foram tão incertos, avisa FMI


No entanto, as previsões divulgadas agora pelo FMI são "extraordinariamente incertos" e "esmagadoramente a pender para a revisão em baixa".  É que as projeções baseiam-se em assunções que podem ser rapidamente ultrapassadas pela realidade, como a inexistência de novas reduções inesperadas no abastecimento de gás russo à Europa, a manutenção das expetativas de longo prazo da inflação e a ausência de "ajustamentos desordenados" nos mercados financeiros. 


"No entanto, há um risco significativo de que parte destas assunções base, ou todas elas, não se tornem verdadeiras", admite o Fundo.


A instituição começa por frisar que a guerra na Ucrânia pode levar a um corte abrupto do abastecimento do gás russo à Europa - aliás, os receios nesse sentido são cada vez maiores (ainda ontem mais uma turbina do Nord Stream foi fechada). Depois, pode ser mais difícil baixar a inflação, uma inversão na política monetária pode colocar as dívidas soberanas sob pressão - e tudo isto a somar às renovadas vagas de covid-19 e respetivos confinamentos. 


"Um cenário alternativo plausível, no caso de estes riscos de materializarem, a inflação sobe ainda mais e o ritmo de crescimento global baixa para 2,6% em 2022 e para 2% em 2023", admite o FMI. Nesse caso, o crescimento global ficaria nos 10% mais baixos desde 1970.

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