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FMI: Apoios devem ser compensados com mais impostos ou menos despesa
Para o FMI, os orçamentos já estão limitados (ainda) pela despesa com a pandemia e pelas condições de financiamento mais apertadas. Por isso, os apoios à mitigação da perda de poder de compra das famílias mais vulneráveis, que devem existir, devem ser compensados com uma subida de impostos ou um corte na despesa, defende a instituição.
O FMI diz que os governos devem travar a perda de poder de compra das famílias mais pobres, mas defende que esses apoios devem ser compensados com a subida de impostos ou cortes na despesa.
Na atualização ao ‘World Economic Outlook’ divulgado nesta terça-feira, 26 de julho, o Fundo Monetário Internacional (FMI) começa por afirmar que "com a subida dos preços a continuar a esmagar as condições de vida a nível mundial, conter a inflação deve ser a primeira prioridade dos decisores políticos".
Ao mesmo tempo, destacam os economistas do Fundo, "uma política monetária mais apertada vai, inevitavelmente, ter custos económicos inevitáveis".
Por isso, a instituição liderada por Kristalina Georgieva defende que "apoios direcionados" podem ajudar a atenuar o impacto para as famílias mais vulneráveis. Mas há um problema, considera: os orçamentos nacionais já estão no limite, por causa da pandemia, por um lado, mas também pela necessidade de, no geral, a política orçamental e macroeconómica ter de ser desinflacionista (ou seja, mais restritiva).
"Essas medidas de apoio vão ter de ser compensadas por impostos mais elevados ou menos despesa pública", defende o FMI.
Ao mesmo tempo, a entidade sediada em Washington entende que as condições monetárias mais apertadas "também vão afetar a estabilidade financeira", o que vai exigir não só o "uso criterioso" das ferramentas macroprudenciais, mas também tornar "mais necessárias as reformas nos enquadramentos de resolução da dívida".
"As políticas para lidar com os impactos específicos nos preços da energia e dos bens alimentares devem focar-se nos mais afetados sem distorcer os preços", defende o FMI.