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Excedente externo penalizado por rendimentos pagos ao exterior

Portugal registou um excedente externo de 2.213 milhões de euros até Novembro, menos que há um ano, devido a mais rendimentos pagos ao exterior e menos fundos recebidos da UE. A balança comercial melhorou.

18 de Janeiro de 2017 às 13:05
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Até ao final de Novembro economia portuguesa registou um excedente externo de 2.213 milhões de euros medidos pelo saldo das balanças corrente e de capital, revelou o Banco de Portugal (BdP) na quarta-feira, dia 18. O valor é inferior ao registado há um ano, o que se justifica por piores contributos dos juros e dividendos pagos ao exterior, das transferências do resto do mundo, e de menos fundos estruturais pagos pela União Europeia. A balança comercial, que mede o saldo entre importações e exportações, registou um aumento do seu excedente.

"Até Novembro de 2016, o saldo conjunto das balanças corrente e de capital situou-se em 2.213 milhões de euros, inferior aos 2.768 milhões de euros apurados em igual período de 2015", lê-se na nota enviada pelo Banco de Portugal à imprensa, que explica que "a redução foi determinada pelos saldos das balanças de rendimentos primário e secundário e da balança de capital, uma vez que o excedente na balança de bens e serviços aumentou 938 milhões de euros em relação ao mesmo período de 2015, para 4.254 milhões de euros".

O aumento do excedente comercial resulta de uma redução de 0,3% das importações "(variações de -0,6% nos bens e 1,1% nos serviços)" e de um aumento das exportações em 1,1% "(variações de -0,1% nos bens e 3,6% nos serviços)", explica o BdP que dá conta de um excedente nas "Viagens e turismo" de 8.279 milhões de euros, perto de mil milhões acima do valor registado há um ano.

As más notícias chegam das balanças de rendimento e de capital. "O défice da balança de rendimento primário [onde se incluem juros, dividendos e rendimentos de trabalho ] foi de 4047 milhões de euros, registando um aumento de 339 milhões de euros em relação ao período homólogo, em resultado, sobretudo, do aumento dos rendimentos atribuídos a não residentes", explica o banco central.

Já "o saldo da balança de rendimento secundário [de onde se destacam as remessas de emigrantes] foi de 672 milhões de euros, inferior aos 1345 milhões de euros em igual período de 2015, explicado essencialmente pela diminuição das transferências recebidas do exterior", enquanto a "a diminuição do excedente da balança de capital em 481 milhões de euros deveu-se à redução dos fundos provenientes da União Europeia", diz o Banco de Portugal.

Reflectindo o saldo externo positivo, o saldo da balança financeira (que é o espelho financeiro das balanças corrente e de capital) registou um aumento dos activos líquidos sobre o exterior de 2.848 milhões de euros, com o BdP a destacar no mês de Novembro "a redução de passivos devido ao reembolso parcial antecipado dos empréstimos obtidos junto do FMI no âmbito do Programa de Assistência Económica e Financeira". "Adicionalmente, verificou-se uma amortização de obrigações do tesouro detidas parcialmente por não residentes", acrescenta a autoridade monetária.

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