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Economia perdeu gás no segundo trimestre

O indicador do INE deu conta de um aumento cada vez menor da actividade económica no segundo trimestre do ano. Valores são consistentes com estimativa de crescimento do PIB inferior a 1% no primeiro semestre.

Paulo Duarte
18 de Agosto de 2016 às 11:18
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A economia perdeu gás no segundo trimestre do ano. O indicador do INE que procura medir a evolução da actividade da economia no mais curto espaço de tempo aponta para uma desaceleração da economia em Junho, somando três meses consecutivos de desaceleração.

Na última leitura, em meados de Julho, o indicador de actividade económica do INE apontava para uma travagem da economia em Abril e Maio, que agora se estendeu por mais um mês, com o indicador do instituto a avançar 1,8% em termos homólogos, vindo dos 2,3% de Março. 

"O indicador de actividade económica diminuiu entre Abril e Junho, depois de ter estabilizado nos dois meses precedentes", escreve o INE, que atribui a desaceleração no consumo privado, em particular no consumo de bens duradouros, que no primeiro trimestre registou aumentos significativos, um movimento que vários especialistas atribuem à antecipação de alterações de tributação. As exportações recuaram em Junho, mas menos que as importações.

"O indicador quantitativo do consumo privado desacelerou em Maio e Junho, reflectindo, neste último mês, o crescimento menos expressivo do consumo de bens duradouros. No mesmo mês, o indicador de Formação Bruta de Capital Fixo (FBCF) aumentou, em resultado do contributo negativo menos significativo da componente de construção", lê-se na nota do INE, que acrescenta que "em termos nominais, as exportações e importações de bens apresentaram variações homólogas de -1,9% e -3,7% em Junho, respectivamente (-2,5% e -3,6% em Maio).


O primeiro semestre de 2016 fica assim marcado por uma desaceleração da economia face aos valores registados em 2015, o que é consistente com os últimos dados divulgados também pelo INE quanto à evolução do PIB, que desiludiram.

A primeira estimativa do INE aponta para um crescimento do PIB de 0,8% em termos homólogos no segundo trimestre, o que coloca o crescimento homólogo do primeiro semestre na casa dos 0,85%. Um valor que coloca Portugal em risco de crescer menos de 1% este ano, abaixo dos 1,5% registados em 2015, como destacou o Negócios.

Na síntese económica de conjuntura, divulgada quinta-feira, dia 18 de Agosto, o INE recuperou ainda os valores que já tinha divulgado para o indicador de clima económico, que mede a confiança dos empresários dos vários sectores, confirmando uma melhoria em Julho, que contrastou com descidas na confiança dos consumidores.


O INE destaca ainda outros dados já conhecidos da evolução da economia portuguesa no primeiro semestre, marcado também por uma melhoria do mercado de trabalho e uma aceleração da inflação. "No 2º trimestre de 2016, a taxa de desemprego situou-se em 10,8%, o que compara com 12,4% no trimestre anterior e 11,9% em igual trimestre do ano anterior", lê-se na nota que acrescenta que "o Índice de Preços no Consumidor (IPC) apresentou uma variação homóloga de 0,6% em Julho (0,5% em Junho)".


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