Notícia
Economia europeia dá sinais de recuperação lenta
O relatório publicado hoje pela IHS Markit dá alguma esperança de que o pior já ficou para trás, mas indica também que a recuperação da economia europeia vai ser lenta.
A economia europeia recuperou em maio da queda abrupta sentida no mês anterior, embora a retoma da atividade esteja a ser registada a um ritmo lento.
A conclusão resulta do relatório revelado esta quinta-feira pela IHS Markit, consultora que publica indicadores avançados da atividade económica na região que estão a ser olhados ainda com mais atenção nesta altura de pandemia.
O indicador que mede a evolução do setor dos serviços na Zona Euro, calculado com base em inquéritos a gestores, subiu em maio para 28,7, acima das estimativas de 25. O índice para a indústria aumentou para 39,5, também acima do estimado (38).
Uma leitura abaixo dos 50 indica que o setor está em contração, pelo que apesar da recuperação face ao mínimo histórico registado em abril, a atividade económica na Zona Euro está ainda bem abaixo do normal.
Só este mês os países europeus começaram a implementar medidas de desconfinamento, mas muitas empresas permaneceram encerradas e persistem em vigor muitas medidas de contenção.
Se este relatório da IHS Markit dá alguma esperança de que o pior já ficou para trás, indica também que a recuperação da economia europeia vai ser lenta, o que parece afastar uma retoma em forma de V.
"A procura deverá continuar muito fraca por um período prolongado, colocando mais pressão nas empresas para efetuarem cortes agressivos de postos de trabalho à medida que expiram os apoios governamentais à manutenção de empregos", diz Chris Williamson, economista-chefe da consultora.
O economista antecipa uma recessão de 9% na Zona Euro este ano e que serão necessários "vários anos" até que haja uma recuperação total da quebra registada com a pandemia da covid-19.
Com a queda abrupta da atividade económica em abril, as expectativas apontam para uma quebra histórica do PIB no segundo trimestre. A Bloomberg Economics estima uma contração de 14%, que soma à quebra de 3,8% no PIB do primeiro trimestre.