O comércio a retalho em Portugal abrandou em Outubro, o mês em que foi apresentado o Orçamento do Estado para o próximo ano. De tal forma que foi o mês mais fraco para o volume de negócios no retalho desde Junho.

O índice de volume de negócios no comércio a retalho, ajustado de efeitos sazonais e de calendário (de forma a tornar-se comparável), subiu 0,8% em Outubro face ao mesmo mês do ano anterior. Em Setembro, a variação homóloga tinha sido de 1,8%. Desde Junho que não havia um crescimento abaixo de 1%. Aliás, foi hoje divulgado que a economia portuguesa cresceu 1,1% no terceiro trimestre (Julho a Setembro) devido ao consumo das famílias - Outubro já não está nesse trimestre.

Apesar disso, os dados continuam em terreno positivo, depois de um período, até ao final de 2013, em que a evolução era sempre negativa, na sequência da austeridade que foi implementada em Portugal. A recuperação económica tem permitido - e causado - a subida das vendas a retalho.

O volume de negócios obtido com a venda de produtos não alimentares foi aquele que mais contribuiu para este abrandamento do índice. Já os produtos alimentares até melhoraram o desempenho, segundo os dados do Instituto Nacional de Estatística divulgados esta quinta-feira, 28 de Novembro.

A evolução homóloga do emprego, do número de horas trabalhadas e das remunerações também abrandaram em Outubro. O emprego caiu 0,4% quando a variação homóloga de Setembro havia sido uma queda de 0,2%. Já as remunerações pagas subiram 1,2%, menos duas décimas que o valor anterior. As horas trabalhadas diminuíram 0,6% quando tinham cedido 0,4% no mês anterior.

Na variação mensal, que compara Outubro de 2014 com Setembro de 2014, registou-se uma quebra de 1,7%, ainda que inferior à de 2,5% que o índice tinha verificado em Setembro face a Agosto.