Notícia
Comércio no retalho abranda e indústria acelera em Abril
Dois dos sectores mais relevantes da economia portuguesa deram sinais contraditórios em Abril, sendo que o abrandamento nas vendas do comércio a retalho foi forte.
O crescimento da produção industrial acelerou fortemente em Abril e o aumento das vendas a retalho travou de forma expressiva no mês passado, de acordo com os dados revelados esta quarta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística.
Depois do abrandamento da economia portuguesa no primeiro trimestre (o INE confirmou esta quarta-feira, 30 de Maio, que o crescimento homólogo abrandou para 2,1%), os dados da indústria e do comércio dão assim sinais contraditórios sobre o arranque do segundo trimestre.
No que diz respeito à indústria, a produção aumentou 3,8% em Abril face ao mesmo mês do ano passado, o que compara com a taxa de crescimento de 2,1% e representa o aumento mais forte desde Agosto do ano passado.
Tendo em conta a variação média dos últimos 12 meses (indicador menos volátil), a produção industrial estava em Abril a crescer a um ritmo de 4%, que é o mais forte do ano.
Segundo o INE, "os agrupamentos de Bens de Investimento e de Energia, com contributos de 1,9 pontos percentuais e de 1,7 pontos percentuais, respectivamente, foram os que mais influenciaram a variação do índice agregado".
Quanto ao comércio a retalho, o crescimento homólogo em Abril foi de 0,7%, o que representa uma forte desaceleração face ao aumento de 5,2% registado em Março. Apesar de estas variações estarem ajustadas ao efeito de calendário e de sazonalidade, as variações destes dois meses poderão estar influenciadas pelo facto de a Páscoa este ano ter sido a 1 de Abril.
O índice que mede a variação média dos últimos 12 meses também abrandou, mas com menos intensidade. Registou em Abril um aumento de 4,3%, o que compara com o crescimento de 4,6% verificado em Abril.
O INE refere que ambos os agrupamentos contribuíram para o abrandamento do índice geral, sendo que nos produtos alimentares a variação foi nula (crescimento de 6,4% em Março), enquanto nos produtos não alimentares o crescimento travou para 1,2% (4,3% em Março).