Notícia
CNBC: Portugal pode ter um problema em mãos chamado exportações
Num artigo sobre o estado da economia portuguesa, em vésperas de eleições, a CNBC apontou a alta dependência externa como um dos fatores a ter em conta no país, numa altura de forte turbulência nas grandes economias mundiais.
04 de Outubro de 2019 às 10:17
A dois dias das eleições legislativas, a CNBC traçou um perfil económico de Portugal, questionando até quando a recuperação económica do país irá durar, numa altura em que um novo ciclo político está prestes a começar.
"Portugal - normalmente descrito como uma história de sucesso na Zona Euro após as grandes medidas de austeridade no seguimento da crise de dívida soberana - está a aproveitar o seu crescimento acima dos valores médios da região nos últimos dois anos", escreveu a norte-americana CNBC, acrescentando que "contudo, a sua recente recuperação económica está fortemente apoiada nos níveis altos de exportações - algo que pode tornar-se num problema dadas as disputas comerciais em todo o mundo".
Em 2010, antes do pedido de resgate financeiro ao Fundo Monetário Internacional e à União Europeia, Portugal exportou um total de 37,3 mil milhões de euros. A partir daí, o nível das exportações tem aumentado quase todos os anos, tendo atingido cerca de 58 mil milhões em 2018, de acordo com os dados preliminares da Pordata.
Atualmente, as exportações representam 40% do crescimento económico português, quando em 2010 não chegava aos 30%.
"Portugal está mais exposto (ao comércio global) agora, do que antes da crise", disse Ana Andrade, analista da Unidade de Inteligência Financeira, à CNBC, adiantando que "a percentagem de exportações cresceu. Portugal está (agora) mais integrado no sistema de comércio global".
Também Michiel van der Veen, economista do Rabo Research, disse à estação televisiva norte-americana que "uma desaceleração global e europeia mais acentuada do que o esperado poderia expor os desequilíbrios macroeconómicos subjacentes (de Portugal)".
Parece quase certo que o Partido Socialista será o vencedor das próximas eleições legislativas do próximo domingo, dia 6 de outubro, segundo as sondagens. A grande questão é saber se António Costa, líder do partido, conseguirá a maioria absoluta.
O Negócios calculou a média das sondagens publicadas durante a campanha eleitoral (não inclui o estudo ICS-iSCTE) e concluiu que o PS lidera com 36,7% das intenções de voto, seguido pelo PSD (27,5%), Bloco de Esquerda (9,7%), CDU (7,1%), CDS (4,7%) e PAN (4%).
"Para cumprir as metas orçamentais, Costa dependerá do crescimento económico", continuou van der Veen. "No entanto, o crescimento pode ter dificuldade em manter o ritmo, à medida que a guerra comercial EUA-China entra em ação e a economia da Zona Euro desacelera", explicou.
"Portugal - normalmente descrito como uma história de sucesso na Zona Euro após as grandes medidas de austeridade no seguimento da crise de dívida soberana - está a aproveitar o seu crescimento acima dos valores médios da região nos últimos dois anos", escreveu a norte-americana CNBC, acrescentando que "contudo, a sua recente recuperação económica está fortemente apoiada nos níveis altos de exportações - algo que pode tornar-se num problema dadas as disputas comerciais em todo o mundo".
Atualmente, as exportações representam 40% do crescimento económico português, quando em 2010 não chegava aos 30%.
"Portugal está mais exposto (ao comércio global) agora, do que antes da crise", disse Ana Andrade, analista da Unidade de Inteligência Financeira, à CNBC, adiantando que "a percentagem de exportações cresceu. Portugal está (agora) mais integrado no sistema de comércio global".
Também Michiel van der Veen, economista do Rabo Research, disse à estação televisiva norte-americana que "uma desaceleração global e europeia mais acentuada do que o esperado poderia expor os desequilíbrios macroeconómicos subjacentes (de Portugal)".
Parece quase certo que o Partido Socialista será o vencedor das próximas eleições legislativas do próximo domingo, dia 6 de outubro, segundo as sondagens. A grande questão é saber se António Costa, líder do partido, conseguirá a maioria absoluta.
O Negócios calculou a média das sondagens publicadas durante a campanha eleitoral (não inclui o estudo ICS-iSCTE) e concluiu que o PS lidera com 36,7% das intenções de voto, seguido pelo PSD (27,5%), Bloco de Esquerda (9,7%), CDU (7,1%), CDS (4,7%) e PAN (4%).
"Para cumprir as metas orçamentais, Costa dependerá do crescimento económico", continuou van der Veen. "No entanto, o crescimento pode ter dificuldade em manter o ritmo, à medida que a guerra comercial EUA-China entra em ação e a economia da Zona Euro desacelera", explicou.