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CFP melhora previsão de crescimento de 2024, mas abaixo do Governo

À boleia das medidas de melhoria dos rendimentos, a economia portuguesa deve crescer mais do que o previsto, este ano e no próximo. CFP está mais pessimista do que Governo para este ano, mas mais otimista para o próximo.

Miguel Baltazar
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O Conselho das Finanças Públicas (CFP) reviu em ligeira alta a estimativa de crescimento para este ano, esperando agora que a economia avance 1,8%, mas o número fica ainda abaixo do esperado pelo Governo de Montenegro.

Num relatório publicado nesta quinta-feira, 19 de setembro, de atualização das perspetivas económicas e orçamentais 2024-2028, o CFP revê em alta as estimativas  de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), esperando agora que cresça mais 0,2 pontos percentuais este ano e 0,5 pontos no próximo.

Apesar da melhoria, a instituição liderada por Nazaré Costa Cabral mostra-se um pouco mais pessimista do que o Governo, que prevê que o PIB cresça 2% este ano (isto segundo números apresentados aos partidos nas últimas reuniões de negociação da proposta de Orçamento do Estado OE para 2025).

As estimativas continuam a apontar, ainda assim, para um abrandamento da economia este ano, depois de em 2023 a economia ter crescido 2,3%. 

E, por outro lado, sugerem também que a economia portuguesa possa crescer mais do que a média da Zona Euro. Os últimos números do Banco Central Europeu (BCE), de setembro, apontam no sentido de a economia dos países da moeda única crescer apenas 0,8% este ano. 

Medidas de aumento de rendimentos apoiam economia

A economia deverá voltar a acelerar em 2025, com o CFP a rever em forte alta o ritmo de crescimento do PIB no próximo ano, para 2,5%. Esta estimativa é superior à apontada pelo Governo, que prevê uma manutenção do ritmo de crescimento nos 2% no próximo ano (ainda de acordo com os números apresentados nas reuniões).

Além dos dados do segundo trimestre divulgados pelo INE, mais negativos para a economia, a entidade liderada por Nazaré Costa Cabral explica que as revisões nas estimativas resultam de "uma melhoria das perspetivas para o consumo privado e para as exportações, resultante da incorporação de novas medidas de política".

Ou seja, as mudanças no IRS e nas pensões, com impacto sobretudo na segunda metade do ano, vão puxar pela economia portuguesa, não só este ano, mas no próximo. 

Já o investimento sai penalizado este ano, mas espera-se que acelere em 2025, com uma expectativa de maior absorção dos fundos europeus do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). 

Preços na meta do BCE só em 2027

O CFP antevê ainda uma desaceleração do crescimento dos preços no horizonte de projeção. A inflação, medida pelo índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC), deverá também desacelerar para 2,7% em 2024 e 2,2% em 2025.

No entanto, a estimativa do Conselho é que o ritmo de subida de preços só atinja a meta do BCE, de uma inflação de 2%, em 2027.

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