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Centeno: Zona Euro deve ter escapado a recessão no inverno

A economia da Zona Euro provavelmente ainda cresceu no quarto trimestre de 2022 e o primeiro de 2023 também deve ser positivo, admitiu o governador do Banco de Portugal. Em Davos, Mário Centeno disse ainda que o BCE "vai continuar a combater a inflação".

Miguel Baltazar
17 de Janeiro de 2023 às 08:11
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O governador do Banco de Portugal, Mário Centeno, admitiu nesta terça-feira, 17 de janeiro, que a Zona Euro tenha escapado a uma recessão técnica este inverno, estimando que a economia tenha crescido no quarto trimestre em 2022.

Num painel do Fórum Económico Mundial (WEF, na sigla em inglês), que decorre esta semana em Davos, na Suíça, Mário Centeno disse ser provável que a economia da Zona Euro ainda tenha crescido no quarto trimestre do ano passado, esperando também um "primeiro trimestre [de 2023] positivo".

Depois, o governador disse esperar que haja uma recuperação na segunda metade de 2023.  "Os dados têm surpreendido", disse, acrescentando que, perante o impacto da crise energética na Zona Euro, a forma como a economia tem aguentado é "reconfortante".

Ainda assim, Mário Centeno mostrou-se preocupado quanto aos baixos níveis de confiança na Zona Euro. "Não recuperámos ainda do choque de fevereiro, contrariamente ao que aconteceu na covid-19", disse, acrescentando que vai levar mais tempo. 

"Vamos continuar a combater a inflação", disse Centeno

Questionado sobre que impacto terão as próximas subida das taxas de juro na economia da Zona Euro, Mário Centeno defendeu o Banco Central Europeu (BCE). "Não subscrevo a ideia de que são os bancos centrais que começam a recessão, porque a inflação também não é boa", disse. 


Depois, admitiu que "normalmente a inflação desce rapidamente" quando se chega perto da contração económica e que, "se calhar já lá estamos". 

Mas ainda assim, o governador do Banco de Portugal, que tem assento no Conselho de Governadores do BCE, assegurou: "Vamos continuar a combater a inflação, é o nosso mandato".

Recorde-se que, depois da última reunião de política monetária, o BCE sinalizou novas subidas das taxas de juro nos próximos meses para combater a inflação. 

"Estou confiante", disse, citando a redução da inflação dos preços da energia e da maioria das matérias-primas. E ressalvou que não se veem sinais de efeitos de segunda ordem ligados ao mercado de trabalho.

Notícia em atualização

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