Notícia
Centeno satisfeito com decisões de política monetária do BCE: "São boas notícias"
O governador do Banco de Portugal diz que o fim do programa de compras pandémicas já estava previsto e que é "bom quando as políticas se mantêm". Mas frisa que em todo o caso foi garantida "flexibilidade".
Mário Centeno, governador do Banco de Portugal, mostrou-se esta sexta-feira satisfeito pelas decisões de política monetária adotadas ontem pelo Banco Central Europeu, incluindo-se assim na "maioria" de governadores que concordou com o fim do programa de compra de ativos de emergência pandémica e o alargamento da sua fase de reinvestimento. As decisões comunicadas pela presidente Christine Lagarde reforçam a "flexibilidade" da política monetária, mas dão início à progressiva retirada de estímulos, criando um ambiente mais exigente para países de elevada dívida, como é o caso de Portugal.
Foram medidas "na continuidade de decisões anteriores" e que trazem "boas notícias para a área do euro, que é permitirem a manutenção da política que tinha sido desenhada", reagiu Mário Centeno, na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de Dezembro do banco central português, em Lisboa.
O governador português mostrou-se totalmente alinhado com as decisões comunicadas pelo BCE, confirmando que fez parte da maioria que apoiou as medidas e sublinhando que foi "uma larga maioria". Centeno frisou que "pela primeira vez em muitos anos" o BCE aponta para projeções de inflação de médio prazo em torno de 2%, uma ancoragem que não foi conseguida na última década.
"São boas notícias para a política monetária e para a área do euro e de como o BCE vê o seu mandato de estabilização dos preços", defendeu Centeno. "A decisão foi tomada e bem tomada", reafirmou.
Sobre o risco de deixar uma economia como a portuguesa mais exposta a possíveis subidas dos custos de financiamento – na medida em que as compras líquidas de ativos em mercado secundário vão abrandar já a partir de janeiro, passando para menos de metade a partir de abril –, Mário Centeno reconheceu a importância de garantir uma trajetória descendente da dívida pública portuguesa e reforçou o alerta que já tinha feito durante a conferência: "Estar em 2024 no mesmo nível de dívida de 2019 é uma condição sine qua non para a dívida portuguesa se manter sustentável" – as projeções atuais apontam neste sentido.
Mas desvalorizou riscos acrescidos que resultem da orientação da política monetária. "Portugal tem uma avaliação na dívida pública já distinta nos mercados", assinalou. "Alterámos o diferencial face a Itália, face a Espanha, aproximamo-nos muito das quedas de diferencial de taxa", explicou. E garantiu: "Estou em crer, absolutamente seguro, de que esse objetivo vai continuar a guiar as medidas de política que o BCE tem vindo a implementar."
Foram medidas "na continuidade de decisões anteriores" e que trazem "boas notícias para a área do euro, que é permitirem a manutenção da política que tinha sido desenhada", reagiu Mário Centeno, na conferência de imprensa de apresentação do Boletim Económico de Dezembro do banco central português, em Lisboa.
"São boas notícias para a política monetária e para a área do euro e de como o BCE vê o seu mandato de estabilização dos preços", defendeu Centeno. "A decisão foi tomada e bem tomada", reafirmou.
Sobre o risco de deixar uma economia como a portuguesa mais exposta a possíveis subidas dos custos de financiamento – na medida em que as compras líquidas de ativos em mercado secundário vão abrandar já a partir de janeiro, passando para menos de metade a partir de abril –, Mário Centeno reconheceu a importância de garantir uma trajetória descendente da dívida pública portuguesa e reforçou o alerta que já tinha feito durante a conferência: "Estar em 2024 no mesmo nível de dívida de 2019 é uma condição sine qua non para a dívida portuguesa se manter sustentável" – as projeções atuais apontam neste sentido.
Mas desvalorizou riscos acrescidos que resultem da orientação da política monetária. "Portugal tem uma avaliação na dívida pública já distinta nos mercados", assinalou. "Alterámos o diferencial face a Itália, face a Espanha, aproximamo-nos muito das quedas de diferencial de taxa", explicou. E garantiu: "Estou em crer, absolutamente seguro, de que esse objetivo vai continuar a guiar as medidas de política que o BCE tem vindo a implementar."