Notícia
Banco de Portugal revê em alta projeção do PIB de 2022. Vai subir 5,8%
O Banco de Portugal reafirma um crescimento económico de 4,8% este ano e revê em alta 2022, mesmo com o ressurgimento da pandemia no final deste ano e com o país em eleições antecipadas.
O Banco de Portugal reviu em alta a projeção de crescimento da economia no próximo ano, apontando para uma subida de 5,8% do produto interno bruto (PIB). Em 2023, a expansão também deverá ser mais robusta do que o esperado em junho, mas depois a tendência será desacelerar. Os números foram publicados esta sexta-feira, no Boletim Económico de dezembro.
Este ano, a economia portuguesa deverá crescer 4,8%, uma expectativa que se mantém face às projeções de junho e de outubro e que vai ao encontro da meta definida pelo Governo e reafirmada esta semana pelo ministro das Finanças, João Leão.
Para 2022, e apesar do ressurgimento da pandemia de covid-19 e da incerteza gerada pelas eleições antecipadas, o banco liderado por Mário Centeno está agora mais otimista do que em junho. A projeção aponta para uma nova subida da atividade económica, de 5,8%, mais duas décimas do que esperado no boletim de junho.
Em 2023, o PIB continuará a expandir-se, a um ritmo de 3,1%, uma perspetiva também mais otimista do que a avançada em junho, quando o BdP apontava para 2,4%. Porém a tendência no médio prazo deverá ser a continuação do abrandamento do ritmo de crescimento, com o PIB a avançar 2% em 2024, antevê o organismo.
"A trajetória de crescimento é suportada pela manutenção de condições financeiras favoráveis e pela aplicação de fundos da União Europeia", explica o banco central. "No curto prazo, a atividade é condicionada por uma nova vaga da pandemia na Europa e pelos problemas nas cadeias de fornecimento globais", acrescenta.
Inflação salta para o dobro no próximo ano
No próximo ano, a taxa de inflação deverá atingir 1,8%, antecipa o Banco de Portugal. Esta projeção representa uma revisão em forte alta face ao que era esperado em junho: há cerca de seis meses, apontava-se para uma subida de apenas 0,9% do índice de preços.
Esta nova perspetiva também supera largamente a previsão que o Governo tinha inscrito na sua proposta de Orçamento do Estado para 2022, que apontava para 0,9% (o documento acabou por ser chumbado pelo Parlamento).
Já para este ano, as expectativas mantêm-se em 0,9%, um valor que vai ao encontro do esperado pelo Governo de António Costa e que norteou a proposta de aumentos salariais para a função pública.
O Banco de Portugal explica que a evolução do índice de preços estará muito influenciada pela componente energética, tal como está a acontecer, aliás, tanto na zona euro como nos Estados Unidos.
Mais emprego, mais consumo
Segundo o Banco de Portugal, a recuperação da economia permitirá criar mais emprego e baixar a taxa de desemprego. Porém, o ritmo de subida do número de postos de trabalho vai abrandar até 2024. Enquanto este ano a subida deverá ter sido de 2,5%, em 2022 o emprego deve crescer 1,6% e apenas 0,4%, em média, entre 2023 e 2024. A taxa de desemprego deve cair para 5,6% em 2024.
O consumo privado deverá recuperar 5% este ano e continuar a crescer em 2022, avançando 4,8%. Depois, vai desacelerar para 1,8% até 2024. "Esta evolução é sustentada pelo crescimento do rendimento disponível real, por condições financeiras favoráveis e pela acumulação de riqueza ao longo da crise", explica o Banco de Portugal, antecipando uma redução da taxa de poupança neste e no próximo ano.
(Notícia atualizada às 11:47)
Este ano, a economia portuguesa deverá crescer 4,8%, uma expectativa que se mantém face às projeções de junho e de outubro e que vai ao encontro da meta definida pelo Governo e reafirmada esta semana pelo ministro das Finanças, João Leão.
Em 2023, o PIB continuará a expandir-se, a um ritmo de 3,1%, uma perspetiva também mais otimista do que a avançada em junho, quando o BdP apontava para 2,4%. Porém a tendência no médio prazo deverá ser a continuação do abrandamento do ritmo de crescimento, com o PIB a avançar 2% em 2024, antevê o organismo.
"A trajetória de crescimento é suportada pela manutenção de condições financeiras favoráveis e pela aplicação de fundos da União Europeia", explica o banco central. "No curto prazo, a atividade é condicionada por uma nova vaga da pandemia na Europa e pelos problemas nas cadeias de fornecimento globais", acrescenta.
Inflação salta para o dobro no próximo ano
No próximo ano, a taxa de inflação deverá atingir 1,8%, antecipa o Banco de Portugal. Esta projeção representa uma revisão em forte alta face ao que era esperado em junho: há cerca de seis meses, apontava-se para uma subida de apenas 0,9% do índice de preços.
Esta nova perspetiva também supera largamente a previsão que o Governo tinha inscrito na sua proposta de Orçamento do Estado para 2022, que apontava para 0,9% (o documento acabou por ser chumbado pelo Parlamento).
Já para este ano, as expectativas mantêm-se em 0,9%, um valor que vai ao encontro do esperado pelo Governo de António Costa e que norteou a proposta de aumentos salariais para a função pública.
O Banco de Portugal explica que a evolução do índice de preços estará muito influenciada pela componente energética, tal como está a acontecer, aliás, tanto na zona euro como nos Estados Unidos.
Mais emprego, mais consumo
Segundo o Banco de Portugal, a recuperação da economia permitirá criar mais emprego e baixar a taxa de desemprego. Porém, o ritmo de subida do número de postos de trabalho vai abrandar até 2024. Enquanto este ano a subida deverá ter sido de 2,5%, em 2022 o emprego deve crescer 1,6% e apenas 0,4%, em média, entre 2023 e 2024. A taxa de desemprego deve cair para 5,6% em 2024.
O consumo privado deverá recuperar 5% este ano e continuar a crescer em 2022, avançando 4,8%. Depois, vai desacelerar para 1,8% até 2024. "Esta evolução é sustentada pelo crescimento do rendimento disponível real, por condições financeiras favoráveis e pela acumulação de riqueza ao longo da crise", explica o Banco de Portugal, antecipando uma redução da taxa de poupança neste e no próximo ano.
(Notícia atualizada às 11:47)