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Católica diz que PIB de 2019 subiu 2%, uma décima a mais do que espera o Governo

Os economistas da Católica identificam um bom desempenho no investimento, mas notam que é insuficiente para manter a economia a crescer claramente acima dos 2% nos próximos anos.

Bloomberg
22 de Janeiro de 2020 às 12:51
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Os economistas da Católica estimam que o PIB português tenha crescido 2% no ano passado, uma décima acima da previsão assumida pelo Governo, no desenho do Orçamento do Estado para 2020. A projeção foi divulgada esta quarta-feira, 22 de janeiro.

"O crescimento anual de 2019 terá sido de 2,0%, uma descida face aos 2,4% de 2018, mas continuando a recuperação económica iniciada em 2013," lê-se no sumário executivo da folha trimestral referente ao quarto trimestre do ano passado, publicada pelo Núcleo de Estudos de Conjuntura da Economia Portuguesa (NECEP) e disponibilizada ao Negócios.

Os peritos explicam que, no final de 2019, o ritmo de atividade da economia nacional deverá ter acelerado. Quando comparado com o terceiro trimestre, os últimos três meses do ano deverão ter registado um aumento de 0,5% do PIB. A confirmar-se, este crescimento (acima dos 0,3% registados três meses antes), é compatível com um crescimento anual de 2%.

O Banco de Portugal também já tinha, em dezembro, estimado um crescimento de 2% da economia portuguesa para 2019, mas o ministro das Finanças, Mário Centeno, assumiu uma subida uma décima mais baixa, de 1,9%, quando desenhou a sua proposta de Orçamento do Estado para 2020, entregue a 16 de dezembro. A primeira estimativa do Instituto Nacional de Estatística para o PIB do quarto trimestre de 2019, e para o conjunto do ano, só está prevista para 14 de fevereiro. 

Por enquanto, os economistas do NECEP sustentam a sua projeção no bom comportamento do investimento, na manutenção do crescimento das exportações e na ligeira aceleração do consumo privado. "Em 2019, o investimento terá crescido cerca de 7,7%", o que consideram "um bom registo, mas insuficiente para sustentar a continuação da recuperação do PIB claramente acima dos 2% ao ano." Já as exportações, deverão ter avançado 2,5%, "um pouco menos que as importações, mas sem colocar em causa o equilíbrio das contas externas." Do lado do consumo privado, a subida deverá ter sido de 2,3%.

Este ritmo de crescimento em 2019 permite manter a projeção do NECEP para 2020 em 1,9%. Porém, há riscos, nomeadamente na frente externa, avisam, destacando a incerteza quanto às eleições nos Estados Unidos, ao comércio mundial e ao Brexit. O intervalo de projeção do crescimento para o próximo ano vai dos 1,3%, aos 2,5%. Para 2021 a projeção de crescimento mantém-se em 1,7% e para 2022 a expectativa é de novo abrandamento, para 1,6%.

Sobre a política orçamental, os economistas da Católica não identificam medidas suficientes na proposta de Orçamento do Estado para a melhoria do saldo em 0,3 pontos percentuais do PIB. Reconhecendo que a meta de um excedente orçamental é "simbólica e histórica", notam, ainda assim, que "a política orçamental deverá ter efeitos negligenciáveis no crescimento em 2020."

Desemprego terá subido no quarto trimestre de 2019

A folha trimestral do NECEP projeta uma subida da taxa de desemprego nos últimos três meses do ano, para 6,7%. No terceiro trimestre, a taxa de desemprego registada pelo INE foi de 6,1%. 

Os economistas atribuem o aumento do desemprego a questões sazonais e notam "os indicadores disponíveis a sinalizarem ausência de evolução em termos homólogos."

No Orçamento do Estado para 2019 o governo previu uma taxa de desemprego anual de 6,4% em 2019, abaixo dos 7% registados em 2018. Para este ano, a previsão é de uma nova descida da taxa de desemprego anual, mas a um ritmo mais lento, para 6,1%.

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