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Caldeira Cabral: Exportações vão ter peso recorde no PIB em 2017

Em 2016, as exportações pesaram 39,9% do PIB e, no ano passado, deverão ter fixado um novo recorde, uma vez que nos primeiros nove meses de 2017 o peso das exportações no PIB ascendeu a 42,5% entre Janeiro e Setembro.

Miguel Baltazar
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O ministro da Economia, Caldeira Cabral, afirmou esta terça-feira que os dados das exportações até Novembro de 2017 permitem já adiantar que o ano passado terá sido o melhor de sempre para as vendas ao exterior das empresas portuguesas.

"Os dados do INE que saíram hoje sobre as exportações de mercadorias garantem já que 2017 vai ser o ano com maiores exportações de sempre em Portugal. Não só com maior volume, mas também com o maior peso das exportações no PIB", afirmou Caldeira Cabral em declarações aos jornalistas durante a visita à Heimtextil, em Frankfurt na Alemanha, a maior feira internacional de têxteis-lar, que arrancou estar terça-feira e onde marcam presença 86 empresas portuguesas.

O INE revelou hoje que as exportações de mercadorias aumentaram 11,9% em Novembro, face ao mesmo mês do ano passado, registando um aumento mais forte do que o registado pelas importações, que no mesmo mês aumentaram 10,4%. Novembro foi o segundo melhor mês de sempre em termos de volume (acima de 5 mil milhões de euros) e a taxa de crescimento no acumulado do ano deverá ser de dois dígitos.

Para o ministro da Economia, estes dados mostram que a "economia portuguesa não só está a crescer, como conseguiu acelerar em 2017 as exportações face aos anos anteriores e ter o melhor ano de crescimento das exportações dos últimos dez anos".

Exportações com peso acima de 40% do PIB

"2017, além de poder ser o ano recorde para as exportações e de ser o maior peso no PIB desde sempre, poderá ser também um ano em que vamos ter um dos saldos da balança externa mais elevados e positivos de sempre", acrescentou Caldeira Cabral.

Em 2016, as exportações pesaram 39,9% do PIB e no ano passado, tal como diz o ministro, deverá ter sido fixado um novo recorde. De acordo com os cálculos do Negócios tendo em conta os primeiros nove meses do ano, o peso das exportações no PIB ascendeu a 42,5% entre Janeiro e Setembro.

No Orçamento do Estado para 2018 o Governo apontava para um crescimento de 8,5% nas exportações de bens e serviços em 2017, com o saldo desta balança a estabilizar em 0,9% do PIB. Para 2018 o Executivo projecta uma melhoria para 1% do PIB.

O Governo de António Costa definiu como meta as exportações representarem metade do PIB, sendo este um dos objectivos do Programa Internacionalizar, uma estratégia com 56 medidas para aumentar as exportações e a captação de investimento directo estrangeiro (IDE). "Se tudo correr conforme as expectativas, Portugal pode entrar na terceira década do século XXI ambicionando atingir 50% de peso das exportações no produto interno bruto (PIB)", afirmou ao Negócios o secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, em Setembro.

Exportações com "grande dinâmica"

Nas declarações efectuadas esta terça-feira em Frankfurt, o ministro salientou que "as exportações estão a demonstrar uma grande dinâmica num conjunto diversificado de sectores, que vão das máquinas, aos produtos metálicos, automóvel, agro-alimentares e que incluem sectores tradicionais, como o têxtil e o vestuário".

 

Caldeira Cabral salientou que "desde o início do ano que as exportações têm tido um crescimento forte, puxado por um conjunto diversificado de sectores", enquanto o aumento forte das importações está relacionado "especialmente com produtos para investimento, como máquinas, e de produtos energéticos por causa da subida dos preços".

 

"As empresas estão a conseguir aumentar as exportações e conquistar mercados externos. E a par do crescimento da procura interna, o que significa que o crescimento da procura interna e o crescimento do rendimento dos portugueses é perfeitamente compatível com o reforço da competitividade. As duas coisas estão a acontecer ao mesmo tempo, o que fez de 2017 um ano muito positivo para a economia portuguesa e para os portugueses", acrescentou o ministro.

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